CPI das Apostas no Senado aprova convocação de Deolane Bezerra
Influenciadora digital é investigada por lavagem de dinheiro em um esquema de apostas online ilegais
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas no Senado aprovou, nesta terça-feira (8), a convocação da influenciadora Deolane Bezerra para prestar depoimento. A oitiva ainda será marcada pelo presidente da CPI, Jorge Kajuru (PSB-GO).
A advogada, empresária e influenciadora Deolane Bezerra, que ficou presa por 19 dias no mês de setembro, é alvo de investigação sobre crimes de lavagem de dinheiro e prática de jogos ilegais.
O requerimento de convocação da influenciadora foi apresentado pelo senador Eduardo Girão (Novo-CE). No pedido, o congressista justifica que a oitiva de Deolane pode “ajudar a esclarecer questões” importantes para o relatório da CPI, que tem objetivo de “desvendar possíveis implicações de facções criminosas com as empresas que atuam no mercado de jogos e apostas online”.
A CPI também aprovou a convocação de Darwin Henrique da Silva Filho, CEO da empresa Esportes, alvo de investigações, e de Bruno Tolentino, tio do jogador da seleção brasileira Lucas Paquetá, atleta do Westram, clube da Inglaterra.
No requerimento apresentado à CPI para convocação de Tolentino, o senador Jorge Kajuru relata que, segundo reportagem do portal UOL, Tolentino teria transferido R$ 40 mil a Luiz Henrique, quando o jogador atuava pelo Real Betis (Espanha).
De acordo com a Federação Inglesa de Futebol (FA), os repasses ocorreram após o atleta ter recebido cartões amarelos durante jogos pelo clube espanhol.
A CPI também aprovou requerimentos de convite a autoridades e representantes de entidades ligadas a jogos online. Entre os convidados, está o diretor-chefe da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues.
Veja a lista de convidados:
- Andrei Rodrigues, diretor-geral da PF;
- André Gelfi, presidente do Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR);
- Representantes da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), Associação Médica Brasileira (AMB); Laboratório do Jogo Patológico da Universidade de São Paulo (USP), do Conselho Federal de Medicina (CFM) e jogadores anônimos;
- André Rolim, ludopata em recuperação;
- Ailton de Aquino Santos, diretor de Fiscalização do Banco Central;
- Eliane Aquino Custódio, secretária nacional de Renda de Cidadania do Ministério do Desenvolvimento Social;
- Jorge Filho, presidente do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV);
- Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva;
- Giovanni Rocco Neto, secretário nacional de Apostas Esportivas e de Desenvolvimento Econômico do Esporte co Ministério do Esporte;
- Ricardo Liáo, presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf);
- José Tadros, presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC);
- Sérgio Pompilio, presidente do Conselho de Autorregulamentação Publicitária (Conar);
- Carlos Baigorri, presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Depoimentos
A CPI foi instalada em 10 de abril e tem prazo de funcionamento até fevereiro de 2025. Nesta terça-feira, o colegiado ouve o empresário de atletas William Rogatto, investigado pelo Ministério Público do Distrito Federal e pela Polícia Federal por fraude no resultado de jogos do campeonato brasiliense de futebol.
Os parlamentares também devem tomar, nesta terça, o depoimento de Dayana Nunes, presidente da Sociedade Esportiva Santa Maria (DF). Já na quarta-feira (9), a CPI ouvirá Daniel Mostardeiro Cola, coordenador-geral de Repressão à Corrupção, Crimes Financeiros e Lavagem de Dinheiro da Polícia Federal.