CPI da Pandemia receberá ex-secretário de Saúde do DF; veja a agenda
CPI da Pandemia ouve sócio da Belcher Farmacêutica, dono do FIB Bank e ex-secretário de Saúde do Distrito Federal na próxima semana
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia começará a sua 17ª semana de trabalho com sessão na próxima terça-feira (24).
As reuniões serão retomadas após o depoimento do dono da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiano na última quinta (19). Em seu depoimento, ele afirmou que conhece o deputado Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara, mas negou ter pedido favorecimento em contratos junto ao Ministério da Saúde.
Terça-feira (24)
A CPI retomará seus trabalhos na terça-feira (24) ouvindo Emanuel Catori, diretor da Belcher Farmacêutica do Brasil, segundo anunciado pelo vice-presidente da Comissão, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
A Belcher foi intermediária da farmacêutica chinesa CanSino, que teve o processo de venda de seu imunizante contra a Covid-19, a US$ 17 (R$ 92 na atual cotação) como um dos mais caros oferecidos ao Ministério da Saúde, a exemplo do imunizante indiano Covaxin, da Bharat Biotech, que custaria US$ 15 (R$ 81 na atual cotação). Ambos não foram comprados.
A intenção de compra da pasta da Saúde com a Belcher foi assinado em 15 de junho por R$ 5 bilhões para a aquisição de 60 milhões de doses. O processo de análise para uso emergencial foi encerrado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 29 de junho por causa da quebra de acordo entre a Belcher e a CanSino.
A farmacêutica tem sede em Londrina (PR), local da base política do deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo Bolsonaro na Câmara dos Deputados. Catori, seu diretor, foi um dos líderes do movimento de empresários bolsonaristas, com Luciano Hang, dono da Havan, e Carlos Wizard para que empresas privadas conseguissem permissão para comprar e distribuir imunizantes no Brasil.
Quarta-feira (25)
Na quarta-feira (15) será ouvido Roberto Pereira Ramos Jr., sócio do FIB Bank, que ofereceu garantias financeiras à Precisa Medicamentos para agir como intermediadora da Bharat Biotech na venda da vacina Covaxin ao Ministério da Saúde. Ela não teria autorização para ser garantidora de recursos, por não ser uma instituição financeira regulamentada no Banco Central.
Segundo o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), membro da CPI, o banco se trata de ‘uma sociedade estranha’, cuja maior parte do capital integralizado de R$ 7,5 bilhões é formado por empresas donas de terrenos que nem sequer existem.”
Quinta-feira (26)
Francisco Araújo, ex-secretário de Saúde do Distrito Federal, será ouvido na quinta-feira (26). Ele foi preso em agosto de 2020 acusado de fazer parte de um esquema de superfaturamento na compra de testes de Covid-19.
O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) expediu mandado de prisão preventiva, cumpridos pela Polícia Federal, na Operação Falso Negativo para sete pessoas do alto escalão da pasta.
O prejuízo total calculado aos cofres públicos do Distrito Federal chega a R$ 18 milhões. Segundo o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), Araújo foi acusado pelos crimes de fraude à licitação, lavagem de dinheiro, crime contra a ordem econômica (cartel), organização criminosa, corrupção ativa e passiva.
O depoimento de Araújo estava previsto para a semana passada, mas foi remarcado após o depoente afirmar que não poderia comparecer.
*Com informações da Agência Senado