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    CPI da Pandemia ouve advogada de médicos da Prevent nesta terça-feira (28)

    Bruna Morato representa os médicos que elaboraram um dossiê acusando a operadora de saúde de fazer testes com cloroquina em pacientes com Covid-19

    Douglas Portoda CNN* em São Paulo

    Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia ouve nesta terça-feira (28) a advogada Bruna Morato, representante dos médicos que elaboraram um dossiê contra a Prevent Senior. A empresa é acusada de fazer testes com cloroquina no tratamento contra a Covid-19 e ocultar as informações dos pacientes.

    Os médicos que organizaram os documentos são atuais e ex-funcionários da operadora de saúde. Eles reuniram uma série de irregularidades e entregaram ao senador Humberto Costa (PT-PE), autor do requerimento que convocou Morato para prestar depoimento na Comissão.

    Entre as denúncias apresentadas, está a pressão exercida pela Prevent Senior para a prescrição indiscriminada do “kit covid”, composto por cloroquina, azitromicina e ivermectina, medicamentos sem eficácia comprovada contra a doença.

    O dossiê ainda revela que aconteceram fraudes em certidões de óbitos de pacientes que faziam uso dos medicamentos e morreram por complicações da Covid-19 em hospitais da rede, como o médico Anthony Wong e da mãe do empresário Luciano Hang, Regina Hang.

    Pedro Benedito Batista Júnior, diretor-executivo da Prevent Senior, admitiu durante seu depoimento à CPI, em 22 de setembro, que a operadora orientou médicos a alterarem o CID — o código utilizado mundialmente para identificar e diferenciar as doenças — dos pacientes infectados após um período de internação. Isso teria resultado em um número subdimensionado de mortes em razão da doença.

    Segundo o ele, o código era mudado para “tirar o paciente do isolamento”, mas a causa da morte — neste caso, a Covid-19 — era mantida na certidão de óbito que seria enviada à Vigilância Sanitária, e contabilizada por autoridades de Saúde.

    A CPI apura se a Prevent Senior teria realizado os experimentos com os pacientes sem autorização das famílias e da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), e se os estudos seriam usados pelo Ministério da Saúde, por meio do “gabinete paralelo”. O grupo assessorava o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nas questões relacionadas à pandemia.

    Morato, em áudio enviado à CPI na quarta-feira (22), informou que a operadora havia demitido quatro médicos, entre eles um dos clientes da advogada, que contribuiu com a elaboração de dossiê.

    O procurador-geral de Justiça do Estado de São Paulo, Mario Sarrubbo, decidiu na segunda-feira (27) ampliar a força-tarefa que investiga a atuação da operadora de saúde e as acusações contidas nos documentos entregues à CPI.

    Em nota à CNN, a Prevent Senior, nega as acusações contidas no dossiê. “O mesmo teor dessas imputações foi trazido à empresa, antes da CPI, pela advogada Bruna Mendes dos Santos Morato, que pediu a quantia de R$ 3,5 milhões para não acusar a Prevent.”

    “Ao longo da pandemia, a Prevent aplicou cerca de 500 mil testes em que constatou o contágio de 56 mil pacientes. Desse número, 7% redundaram em mortes. Todos os casos foram rigorosamente notificados. Esse índice de 93% de vidas salvas, na faixa etária média dos 68 anos de idade, é, comprovadamente, superior ao que se registra nos hospitais das redes pública e privada”, conclui a empresa.

    (Com informações de João de Mari, da CNN, e da Agência Senado)