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    CPI da Pandemia investiga hospitais federais do Rio e convoca dirigentes

    Ex-funcionários também foram convocados para depor à comissão após requerimentos aprovados nesta terça-feira (3)

    Elis Barreto e Maria Mazzei, da CNN, no Rio de Janeiro

    A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia aprovou nesta terça-feira (3) a convocação para depor do ex-superintendente do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro, o Coronel da reserva do Exército George da Silva Divério, e do coordenador administrativo do Hospital Federal de Bonsucesso, Joabe Antonio.

    Divério foi nomeado pelo então ministro da saúde Eduardo Pazuello em julho de 2020 e exonerado do cargo em 26 de maio deste ano, após o Tribunal de Contas da União (TCU) iniciar uma investigação nos contratos celebrados entre a superintendência e empresas suspeitas – todos com dispensa de licitação autorizadas por Joabe e Divério. O montante chega a R$ 28,8 milhões.

    Também foram convocados a médica Cristiane Jourdan, ex-diretora do Hospital Geral de Bonsucesso e atual diretora da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), nomeada em outubro de 2020 pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido); o ex-superintendente do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro, Marcelo Lambert, o empresário Mário Peixoto, denunciado na operação que afastou o ex-governador do Rio Wilson Witzel; Jonas Roza, ex-superintendente do Ministério da Saúde no Rio; e Paulo Cotrim, ex-diretor do Hospital Federal de Bonsucesso. 

    O senador Humberto Costa (PT-PE) requisitou ainda que o Conselho de Controle de Atividades Financeira (COAF) envie os Relatórios de Inteligência Financeira de seis dos seis convocados como depoentes, exceto de Paulo Cotrim, e das empresas Fenixx, Cemax, Plano Construções, SP Locação de máquinas, Lled Soluções em Engenharia, Gaia Service Tech e a Vinil Gestão e Facilities. 

    As empresas Fenixx e Gaia são velhas conhecidas no cenário carioca. Ambas foram alvo de investigação e mandados do Ministério Público Federal (MPF) na operação de afastou Wilson Witzel e investigava desvios de verbas na construção de hospitais de campanha no Rio de Janeiro, durante a pandemia da Covid-19, em 2020.  

    A médica Cristiane Jourdan foi diretora do Hospital Federal de Bonsucesso, após a exoneração de Paulo Cotrim. Jourdan foi nomeada em agosto de 2019 pelo então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. A convocação de Lamberti seria porque o grupo de trabalho considera que ele tenha uma forte atuação nos hospitais federais do Rio. Lambert chegou ao Ministério da Saúde como diretor de programas.

    Senadores se reúnem em torno de Omar Aziz (PSD-AM) na CPI da Pandemia
    Senadores se reúnem em torno de Omar Aziz (PSD-AM) na CPI da Pandemia
    Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

    Os hospitais federais de Bonsucesso e Andaraí e o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into) até esta terça-feira continuam sem enviar à CPI a documentação solicitada desde o dia 23 de junho pelo grupo de senadores que apura as irregularidades nos hospitais e institutos federais do Rio. O prazo dado era de dez dias. Os parlamentares informaram que pretendem formalizar novo pedido aos diretores das unidades e caso continuem sem ser atendidos, poderão determinar busca e apreensão.  

    Durante o recesso, os senadores conseguiram analisar boa parte da documentação enviada pelas outras unidades:  Hospital Federal dos Servidores, Hospital Federal de Ipanema, Hospital Federal da Lagoa, Hospital Federal Cardoso Fontes, Instituto Nacional de Cardiologia e  Instituto Nacional de Câncer. No entanto, o grupo de trabalho tem encontrado algumas dificuldades, principalmente, com relação a obtenção dos contratos chamados “quarteirizados”. Isto é, os celebrados entre as organizações sociais que gerem as unidades de saúde e as empresas por elas contratadas para prestação de serviços nestas unidades, mas que não foram submetidas à transparência pública. 

    George Divério informou que está à disposição para esclarecer os fatos que forem questionados.

    A assessoria de imprensa da superintendente do Ministério da Saúde no Rio informou que não existe posicionamento da instituição sobre a convocação de funcionários e/ou ex-funcionários.

    A CNN entrou em contato com a defesa do empresário Mário Peixoto e com a Anvisa e ainda não obteve resposta. As defesas de Jonas Roza e de Paulo Cotrim não foram localizadas.