CPI da Pandemia aprova convocação de Ana Cristina Valle, 2ª ex-mulher de Bolsonaro
Marconny Faria teria pedido favores políticos para Cristina. Ele é apontado pelos senadores como lobista da Precisa Medicamentos
A CPI da Pandemia aprovou o requerimento de convocação de Ana Cristina Valle, também conhecida como Cristina Bolsonaro – que é ex-esposa do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), e mãe de seu filho mais novo, Jair Renan.
A convocação é consequência do depoimento do suposto lobista da Precisa Medicamentos, Marconny Faria, depoente desta quarta-feira (15) na comissão.
Além de ter ajudado o filho mais novo do presidente, Jair Renan, a abrir a empresa Bolsonaro Jr Eventos e Mídia, Marconny pediu a Ana Cristina Valle, ex-mulher do presidente, que intercedesse junto ao Palácio do Planalto para nomear um dos nomes da lista tríplice para a Defensoria Pública Geral Federal.
Em mensagens trocadas pelo WhatsApp obtidas pela CPI e também acessadas pela CNN, Valle dialoga com o suposto lobista da Precisa Medicamentos.
Segundo o requerimento, feito pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), registros telefônicos apontam que Valle aciona o Palácio do Planalto para exercer influência no processo de escolha Defensor Público-Geral Federal junto ao então Ministro da Secretaria Geral da Presidência e atual ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Jorge Oliveira.
Marconny nega atuação como lobista
Ao longo do depoimento, Marconny Faria negou trabalhar como “lobista” da Precisa Medicamentos, mas afirmou que exerce serviços de consultoria técnica e política para empresas privadas.
Ao ser questionado sobre sua relação com a família Bolsonaro, Marconny afirmou que era amigo de Jair Renan há cerca de dois anos.
Informações citadas ao longo da sessão trouxeram à tona que Faria fez uma festa de aniversário em um camarote de Jair Renan no estádio Mané Garrincha, em Brasília.
Marconny também afirmou que ajudou o colega em uma ocasião, quando o filho mais novo do presidente queria iniciar uma empresa.
“Jair Renan queria criar uma empresa de influencers”, disse, e ele teria o apresentado “a um colega tributarista que podia ajudar”.
Marconny negou ter qualquer negócio ou conhecer qualquer outro membro da família Bolsonaro, incluindo o presidente.
Rachadinhas
Recentemente, a Justiça do Rio também quebrou o sigilo bancário e fiscal de Valle. Ela é investigada por supostas contratações de funcionários fantasmas e prática de “rachadinha” no gabinete do vereador Carlos Bolsonaro (Patriota-RJ), filho do presidente.
*Com informações de Rachel Vargas; matéria em atualização