Coronel preso e assessor de Bolsonaro não devem responder todas as perguntas da PF
Depoimentos estão marcados para esta quinta-feira (22)
Além do ex-presidente Jair Bolsonaro, outros alvos da Operação Tempus Veritatis não devem responder todas as perguntas da Polícia Federal (PF), nos depoimentos marcados para esta quinta-feira (22).
A alegação é de que não tiveram acesso à íntegra do processo. Há preocupação, entre advogados, de que seus clientes acabem entregando informações que possam ser interpretadas contra eles.
À CNN, o advogado Eduardo Kuntz, que defende o coronel Marcelo Câmara e o assessor de Bolsonaro, Tércio Arnaud, disse que eles irão ao depoimento, mas vão analisar pergunta a pergunta antes de responder.
“Eles estão absolutamente à disposição, tem total interesse em responder mas não vão deixar os seus direitos de lado e, portanto, muito provavelmente a oitiva ficará prejudicada e precisará ser refeita”, disse.
“Iremos e responderemos as perguntas que forem possíveis”, pontuou.
O atual momento da investigação tem como base a delação premiada do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, que também chegou a ficar alguns meses preso.
O advogado de Câmara afirma que não vê chance de uma delação do militar e ponderou ser uma decisão de ordem pessoal.
“Não conversamos sobre isso, não está na nossa pauta. Hoje essa resposta seria zero”, argumentou.
Até o momento, a PF fechou acordo de delação apenas com Cid.
Impedimento
Em outra frente, os advogados reivindicam a saída do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), da relatoria do caso.
“Não há nada criado para retirar (Moraes do caso). Eu reitero que o respeito pelo ministro é enorme, é uma questão só de análise do ser humano, da psicologia humana. Qualquer pessoa por mais preparada que seja, não tem condição de não ter intimamente ligado o seu sentimento”, afirma Kuntz.
O STF não vai se manifestar sobre o pedidos da defesa dos investigados.