Coordenador da campanha de Lula defende gestão de “déficit calculado e administrável”
Para Edinho Silva (PT), prefeito de Araraquara, não há risco de “perda das rédeas” e mercado não deve “sofrer por antecipação”
O prefeito de Araraquara, Edinho Silva (PT), divulgou uma nota nesta sexta-feira (11) comentando a reação do mercado financeiro à fala de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e defendendo uma gestão de “déficit calculado e administrável”.
Em evento na quinta-feira (10), Lula questionou a concentração do debate econômico em torno de temas como a estabilidade fiscal e afirmou que há gastos do governo que precisam ser observados como investimento.
Segundo o prefeito, que participou da coordenação de campanha do presidente eleito, o mercado não deve “sofrer por antecipação” e “não há possibilidade da existência da ‘perda das rédeas’ dos gastos públicos”.
“Estabelecer um déficit, calculado, administrável, em um momento difícil da vida brasileira, de transição de governos […] é agir de forma transparente. É deixar claro para a sociedade e para os agentes econômicos qual caminho será trilhado para o crescimento econômico sustentável”, defendeu.
“Ou seja, existe um déficit estabelecido, racionalmente reconhecido nas contas públicas, tranquilamente administrável”, acrescentou Edinho.
No texto, ele ainda aponta que o novo governo não pode “maquiar o déficit” e “omitir o rombo nas contas públicas”.
“Aí, sim, teríamos a quebra da relação de confiança com a sociedade e com os investidores. Aí, sim, estaríamos no caminho para a instabilidade econômica”, diz.
“Racionalmente, não há nada de novo em se mensurar déficit para pagar contas empenhadas e impedir descontinuidade de programas e projetos existentes”, avaliou.
Para Edinho, a solução está em “incorporar progressivamente o déficit no Orçamento de acordo com o crescimento do PIB”.
Quanto aos rumos do novo governo, ele diz que Lula irá incentivar a iniciativa privada por meio de crédito e de parcerias público/privadas, visando atrair investimento internacional.
Edinho ainda afirma que as decisões “serão construídas com diálogo”. “O mantra de Lula tem sido: credibilidade, estabilidade e previsibilidade. Não há melhor ambiente para os investidores do que esse”, finaliza.
