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    Eleições 2022

    Conversão de apoios em votos é dúvida para 2º turno, dizem especialistas

    Cientistas políticos entrevistados pela CNN enfatizam que, com a polarização, é difícil prever qual será o comportamento do eleitor

    Lucas SchroederMarina ToledoVinícius TadeuTiago Tortellada CNN , em São Paulo

    Especialistas entrevistados pela CNN nesta quinta-feira (6) questionam se os apoios declarados por ex-presidenciáveis, governadores e parlamentes aos candidatos à Presidência da República realmente irão se converter em votos no segundo turno das eleições.

    Para o cientista político Renato Dolci, esses apoios políticos são importantes para a disputa, mas que não há garantia que eles resultem em uma migração de votos.

    Segundo ele, ainda, “é muito difícil ver uma migração direta de votos” com o apoio de governadores eleitos, citando o caso de Minas Gerais, estado em que Lula ganhou de Bolsonaro, porém, Romeu Zema (Novo) foi reeleito em primeiro turno.

    “O apoio de nomes fortes leva, de fato, a uma migração de votos? É muito difícil a gente ver com um apoio direto. Até porque Minas Gerais, por exemplo, é um caso em que Lula venceu no estado, mas o Zema se reelegeu”, argumentou.

    O cientista político Creomar de Souza, por sua vez, também ressaltou que a polarização política entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o Jair Bolsonaro (PL) dificulta prever qual será o movimento do eleitor, que pode ser guiado por outras percepções para além do suporte de outros políticos de peso.

    “O que nós temos em âmbito histórico é que apoio político tem uma simbologia, mas na hora do vamos ver parece que o eleitor se guia por outras percepções. A gente tem que observar para ver se em uma eleição tão peculiar como essa de 2022 vai ter esse componente diferencial novo”, disse.

    O especialista enfatizou que o resultado depende do nível de engajamento desses apoios diante de uma corrida eleitoral acirrada. “A manifestação de apoio é uma coisa, mas essa turma vai arregaçar a manga e sujar o pé de barro fazendo campanha pelo Brasil? Isso é um ponto que gente vai ter que verificar nas próximas semanas”, pontuou Souza.

    Fatores condicionam possível transferência de voto

    Em entrevista à CNN nesta quinta-feira (6), o cientista político Rafael Cortez avaliou que diversos fatores condicionam uma possível “transferência de votos” no 2° turno, como, por exemplo, o status da competição estadual.

    “Em lugares em que as eleições já se encerraram no nível estadual e só falta [a escolha] presidencial, em tese, tende a haver abstenção maior, então o trabalho para virar votos nesses locais tende a ser maior, como, por exemplo, em Minas Gerais e o Rio de Janeiro”, disse.

    Cortez pontuou ainda que as disputas por apoio de outras figuras políticas, em sua análise, está “razoavelmente empatada” e que os palanques serão importantes, mas que o resultado final pode não ser resolvido desta maneira.

    Além disso, destacou a relevância que as pautas religiosas e de costumes ganharam neste pleito, e afirmou que as campanhas devem trabalhar em cima destes pontos. Veja a entrevista completa no vídeo abaixo:

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