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    Controladoria-Geral da União analisa contratos de compra da Covaxin

    Para membros do alto escalão do governo, afirmações do deputado Luis Miranda podem trazer problemas políticos ao presidente Jair Bolsonaro

    Da CNN, em São Paulo

    A Controladoria-Geral da União investiga os contratos do Ministério da Saúde para a compra da vacina Covaxin através da empresa Precisa Medicamentos. Segundo o ministro Wagner Rosário, que comanda a CGU, o contrato da Covaxin foi feito fora dos padrões de outros acordos firmados pelo ministério. As informações são da analista da CNN Renata Agostini.

    Rosário afirmou que, desde o início da pandemia, a CGU auxilia o Ministério da Saúde com a análise prévia de contratos da pasta para agilizar nas decisões. No caso do contrato da Covaxin, porém, o governo não realizou essa consulta com a CGU. 

    Apesar das investigações, Rosário afirmou que ainda não há uma auditoria específica sobre os contratos da Covaxin sendo realizada até o momento. 

    Contratos sob suspeita

    A CPI da Pandemia recebeu documentos enviados pelo Ministério das Relações Exteriores que revelam que o valor negociado pelo governo brasileiro para a compra da vacina indiana Covaxin foi 1.000% superior ao estimado por executivos da Bharat Biotech em agosto do ano passado.

    Em entrevista à CNN nesta quarta-feira (23), o deputado Luís Miranda (DEM-DF) afirmou que levou pessoalmente ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) “provas contundentes” de irregularidades nas negociações para a compra da vacina Covaxin. 

    O presidente sabia que tinha crime naquilo

    Luís Miranda, deputado federal

    Miranda é irmão de um servidor do Ministério da Saúde que, segundo ele, teve conhecimento dos problemas. De acordo com o parlamentar, após o encontro, Bolsonaro ficou “convencido” e se comprometeu a acionar “imediatamente” a Polícia Federal.

    Integrantes do alto escalão do governo ouvidos pela analista da CNN Renata Agostini acreditam que, por enquanto, as afirmações de Miranda não trazem problemas jurídicos ao presidente. 

    Porém, de acordo com esse grupo, as afirmações trazem problemas políticos ao Planalto, porque o deputado e a CPI da Pandemia devem colocar Bolsonaro no centro das investigações do contrato para a aquisição da Covaxin.

    Dose da vacina indiana da Bharat Biotech, de nome Covaxin
    Dose da vacina indiana da Bharat Biotech, de nome Covaxin
    Foto: Adnan Abidi/Reuters

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