Construído no RJ por R$ 62 mi, hospital modular está pronto e fechado há 8 meses
Nesta quinta-feira (4), foi encerrado sem nenhum vencedor o certame que buscava uma organização social para operar o espaço
Pronto desde junho do ano passado para o enfrentamento da pandemia da Covid-19, o Hospital Modular de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, segue pronto e fechado há oito meses.
Nesta quinta-feira (4), foi encerrado sem nenhum vencedor o certame que buscava uma organização social para operar o espaço, que custou R$ 62 milhões aos cofres do governo do estado do Rio de Janeiro.
A informação está no Diário Oficial do Estado. Desta forma, não há previsão para que o equipamento entre em funcionamento.
O anúncio foi feito pela Subsecretaria de Unidades Próprias, da Secretaria de Estado de Saúde, que confirmou a inabilitação da Cruz Vermelha do Rio Grande do Sul, vencedora da seleção, para assumir o espaço.
Com isto, não há previsão para que a unidade, umas das sete construídas pela organização social Iabas, que entregou apenas duas das previstas (Maracanã e São Gonçalo), finalmente entre em operação.
A Cruz Vermelha gaúcha foi declarada inidônea pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ), por causa de um parecer do município de Balneário Camboriú, no litoral de Santa Catarina. Todas as outras cinco organizações que participaram do certame já tinham sido eliminadas por não terem apresentado todos os documentos exigidos em edital.
Diferentemente dos hospitais de campanha, a unidade modular pode ser reaproveitada após o fim da pandemia. No projeto original, teria 300 leitos, 120 deles de UTI. Ela está situada no aeródromo da cidade, e seu funcionamento ajudaria a reduzir um problema crônico da saúde: a reduzida oferta de leitos na Baixada Fluminense.
A Secretaria de Estado de Saúde informou que está impedida de assumir a unidade pela Fundação Saúde, devido às restrições impostas ao estado por meio do Regime de Recuperação Fiscal, que impede a realização de novas contratações. Assim, “até que o entendimento seja revisto, a única alternativa viável no momento é a gestão via organização social”, diz o documento.
O comunicado diz ainda que a unidade será destinada, inicialmente, a leitos de retaguarda, e que poderá atender casos de Covid-19, se isso for necessário. Terá 180 leitos de enfermaria e 120 de UTI, que serão abertos gradualmente. “A secretaria lamenta que o processo tenha que ser refeito e que isso possa adiar a abertura do hospital modular de Nova Iguaçu, mas a correção e a legalidade são inegociáveis”.
Hospital Federal de Bonsucesso
Depois de um incêndio no dia 27 de outubro no Hospital Federal de Bonsucesso, unidade da Zona Oeste que seria referência no enfrentamento da Covid-19, o prédio 1 da unidade segue fechado e fora de operação.
E, de acordo com o Ministério da Saúde, embora uma empresa contratada faça reforma elétrica, em trabalho que acontece 24 horas por dia, não há previsão de quando o prédio será reaberto ao público.
Outros prédios do hospital estão em funcionamento, mas os transplantes renais têm sido feitos por profissionais da unidade no Hospital Federal da Lagoa, e a emergência não está em funcionamento.
“O Ministério da Saúde, ao lado da Superintendência Estadual do Rio de Janeiro, do Hospital Federal de Bonsucesso e da Força Nacional do SUS, segue empenhado para que as atividades da unidade hospitalar sejam plenamente retomadas o quanto antes, a fim de dar continuidade aos atendimentos e tratamento da população”, conclui a nota do Ministério.
A organização social gaúcha informou que vai recorrer da decisão.