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    Consórcio Nordeste suspende contrato de 37 milhões de doses da Sputnik V

    Os governadores Wellington Dias (PI) e Camilo Santana (CE) criticaram decisões da Anvisa em relação ao imunizante russo

    Giovanna Galvani, da CNN, em São Paulo*

    O Consórcio Nordeste suspendeu nesta quinta-feira (05) a compra de 37 milhões de doses da vacina Sputnik V, produzida pelo Instituto Gamaleya, da Rússia.

    O anúncio foi feito pelo governador do Piauí, Wellington Dias (PT), que apontou “limitações” impostas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a falta da inclusão do imunizante no Plano Nacional de Imunização (PNI) como motivadores da suspensão.

    “Temos vacinas disponíveis, mas impedidas de entrar no Brasil devido uma decisão da Anvisa, que faz uma alteração no padrão de teste, junto com a não-inclusão no Plano Nacional de Imunização, e a falta da licença de importação”, declarou Dias em um vídeo divulgado à imprensa. 

    Camilo Santana (PT), governador do Ceará, também comentou sobre a decisão do Consórcio nas redes. “Diante da lentidão do Governo Federal no fornecimento de vacinas para os estados, temos buscado todas as formas da aquisição direta junto aos laboratórios para acelerar a vacinação, principalmente com a ameaça da nova variante Delta”, escreveu Santana nas redes.

    A Sputnik V tem apenas uma autorização limitada de importação dada pela Anvisa aos nove estados que fizeram contrato com os russos.

    A agência autorizou a importação de aproximadamente 4 milhões de doses que poderiam ser usadas no Brasil, de forma limitada, desde que os estados assinassem um compromisso de fazer estudos para verificar a segurança e a eficácia da vacina e levantar dados que, até hoje, o fabricante — Instituto Gamaleya — não forneceu, segundo a Anvisa.

    Além disso, todos os lotes da Sputnik que chegassem ao Brasil teriam que ser testados pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), para que se verificasse a segurança e eficácia.

    Em junho, a Anvisa aprovou a importação da Sputnik com 22 condicionantes. Na época, a decisão foi comemorada pelos governadores, que aceitaram o compromisso. No entanto, até o momento, apenas quatro dos nove estados assinaram o termo.

    A última previsão de recebimento das primeiras doses da Sputnik V no Brasil foi em 28 de julho, mas não houve desembarque das vacinas no país.

    O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, já afirmou que o governo federal não pretende incluir a Sputnik V no PNI por não haver mais necessidade, uma vez que o país já possui contratos para aquisição de vacinas suficientes entre as que já possuem autorização para uso no Brasil. Com isso, o custo total da importação ficaria somente para os estados.

    De acordo com a nota do Consórcio Nordeste, as 37 milhões de doses direcionadas inicialmente ao Brasil serão agora enviadas pela Rússia a Argentina, México e Bolívia.

    CNN entrou em contato com a Anvisa, mas ainda não recebeu retorno.

    *Com informações da Reuters

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