Conselheiro da Fazenda equilibra forças na Petrobras e pode apaziguar ânimos, dizem fontes
Novo conselho de administração será eleito no dia 25 de abril
Escolhido como indicado do Ministério da Fazenda para ocupar um assento no Conselho de Administração da Petrobras, Rafael Dubeux é visto nos bastidores como uma peça-chave para apaziguar os conflitos que se instalaram no comando da companhia e poderia equilibrar um pouco a influência do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
Dos 11 conselheiros da Petrobras, 6 costumam ser indicados pelo governo, 4 pelos minoritários, e 1 pelos funcionários.
Na gestão que termina no próximo dia 25 de abril, Silveira tem forte influência sobre 3 conselheiros do governo, incluindo o presidente do colegiado Pietro Mendes.
Já entre os outros três membros do governo, um é ligado ao ministro da Casa Civil, Rui Costa, que costuma se aliar com Silveira.
Com essa configuração, o titular de Minas e Energia tem o respaldo de 4 dos 11 membros.
O presidente da estatal, Jean Paul Prates, também faz parte do conselho, mas com uma influência muito menor.
Além dele, conta com o respaldo da representante dos funcionários, indicada pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) e de um conselheiro muito ligado ao presidente Lula. Portanto, 3 votos.
O novo conselho de administração vai ser eleito no dia 25 de abril.
A chegada do representante da Fazenda não mudaria totalmente e o jogo, mas pode reequilibra-lo.
Fontes ouvidas pela CNN não dão como certo o alinhamento da Fazenda nem como um lado, nem com o outro, mas uma atuação mais ponderada.
“O objetivo é ajudar o presidente Lula”, diz uma fonte à CNN.
A nomeação atende a um pleito antigo da Fazenda de ter um assento no conselho.
Dubeux chega num momento em que o governo busca uma solução sobre o pagamento de dividendos extraordinários a acionistas, defendido por Prates.
Conforme fontes ouvidas pela CNN, é possível que o pagamento seja aprovado na assembleia do dia 25.
“Muito dessa briga tem a ver com divergências sobre onde a empresa vai gastar. Tem que investir em transição energética, todo mundo sabe disso. Mas o fato é que este é um investimento que não vai dar retorno agora”, disse um executivo da empresa à CNN sob reserva.