Conselheira da COP27, Izabella Teixeira entra no radar de Lula
Ela é cotada por ser uma das principais negociadoras das mesas mundiais sobre clima, tema que também será prioritário na agenda diplomática brasileira
A ex-ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira passou a ser considerada como possível nome para ocupar um posto de destaque na área ambiental no novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Izabella é cotada por ser uma das principais negociadoras das mesas mundiais sobre clima, tema que também será prioritário na agenda diplomática brasileira.
É possível, inclusive, que Lula a encontre na viagem que fará à COP27, a conferência climática da Organização das Nações Unidas (ONU) que ocorre no Egito neste mês. Ela é uma das conselheiras do evento. Ela também é co-presidente do Painel Internacional de Recursos, plataforma político-científica do Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente).
Os desenhos iniciais apontam para dois cargos-chave na área ambiental no governo Lula: o Ministério do Meio Ambiente e uma secretaria especial para tratar do assunto.
Há possibilidade de que o ministério fique mais focado em questões internas, como a retomada de políticas de combate ao desmatamento, e a secretaria mais focada na negociação climática com outros países.
O desafio para Lula seria tentar acomodar um perfil internacional, como o de Izabella, com Marina Silva, deputada federal eleita pela Rede em São Paulo. No QG de Lula, ambas são consideradas referências mundiais na área ambiental, mas com estilos diferentes. Izabella é considerada melhor negociadora com setores mais hostis ao ambientalismo, como o agronegócio.
Foi na sua gestão, por exemplo, que o Código Florestal foi aprovado pelo Congresso em 2012. Após deixar o governo, passou a ser presença nas principais mesas globais do clima –tanto que é conselheira da COP27. A leitura é de que em um governo eleito sob uma frente ampla, será preciso ter perfis mais negociadores em postos estratégicos.
Marina Silva, embora seja mais reconhecida internacionalmente, é vista como alguém com maior dificuldade em fazer concessões. Tanto que deixou o ministério em 2009 após embate com a Casa Civil de Dilma Rousseff (PT) sobre usinas hidrelétricas na Amazônia. Politicamente, porém, sua simbologia é forte e também representa a frente ampla: reconciliou-se com Lula para derrotar Jair Bolsonaro (PL).