Conib repudia comparação de Lula do conflito em Gaza com Holocausto: “Distorção perversa da realidade”
Em entrevista coletiva na Etiópia, presidente brasileiro afirmou que situação na Faixa de Gaza é similar a "quando Hitler resolveu matar os judeus"
A Confederação Israelita do Brasil (Conib) repudiou, em nota à imprensa, as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que comparavam os ataques de Israel na Faixa de Gaza ao Holocausto.
Para a confederação, a alusão do presidente é uma “distorção perversa da realidade” que “ofende a memória das vítimas do Holocausto e de seus descendentes”.
A declaração de Lula que citou os acontecimentos da Segunda Guerra Mundial foi feita durante uma entrevista coletiva na Etiópia. “O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu. Quando Hitler resolveu matar os judeus”, disse o chefe de Estado brasileiro.
No comunicado divulgado neste domingo (18), a Conib alega que a ação de Israel é em defesa do Estado contra a atuação do Hamas.
“Os nazistas exterminaram 6 milhões de judeus indefesos na Europa somente por serem judeus. Já Israel está se defendendo de um grupo terrorista que invadiu o país, matou mais de mil pessoas, promoveu estupros em massa, queimou pessoas vivas e defende em sua Carta de fundação a eliminação do Estado judeu”, diz trecho.
Por meio da nota, a confederação afirma ainda que o “governo brasileiro vem adotando uma postura extrema e desequilibrada em relação ao trágico conflito no Oriente Médio, abandonando a tradição de equilíbrio e busca de diálogo da política externa brasileira”.
O conflito na região — que já é palco de instabilidades há anos — se intensificou depois dos ataques do Hamas a Israel, em 7 de outubro de 2023.
No início deste ano, uma autoridade palestina divulgou estatísticas de que cerca de uma em cada 100 pessoas na Faixa de Gaza foi morta desde que a guerra entre Israel e o Hamas começou.
“Chamada de repreensão” de Israel
O governo de Israel anunciou, neste domingo (18), que vai repreender o embaixador brasileiro em Tel Aviv após as recentes declarações do presidente Lula sobre a guerra em Gaza.