Comissão da Câmara convida ministro Silvio Almeida a prestar esclarecimentos sobre mulher de líder do Comando Vermelho
Ao todo, Comissão de Fiscalização Financeira e Controle aprovou cinco requerimentos que pediam a convocação do ministro; pedidos foram transformadas em convite
A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados aprovou nesta segunda-feira (20) convite para que o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, preste esclarecimentos ao colegiado sobre Luciane Barbosa Farias, esposa de Clemilson dos Santos Farias, um dos líderes do Comando Vermelho no Amazonas.
Na semana passada, o ministério confirmou ter pago passagens aéreas e diárias para Luciane Farias, para participar de agendas do governo federal em Brasília.
Ao todo, a comissão aprovou cinco requerimentos. Inicialmente, os pedidos tratavam da convocação do ministro, mas todos foram transformados em convite.
Os requerimentos foram protocolados por deputados da oposição ao governo. São eles:
- Kim Kataguiri (União Brasil-SP);
- Eduardo Bolsonaro (PL-SP);
- Carlos Jordy (PL-RJ);
- Junio Amaral (PL-MG); e
- Adriana Ventura (Novo-SP).
Luciane foi condenada por lavagem de dinheiro
Luciane é esposa de Clemilson dos Santos Farias, conhecido como Tio Patinhas. Ele é apontado como um dos chefes de uma facção criminosa Comando Vermelho no Amazonas.
Os dois foram condenados, em segunda instância, por lavagem de dinheiro, associação para o tráfico de drogas e organização criminosa. Clemilson cumpre pena de 31 anos em um presídio no Amazonas.
Oposição pede impeachment do ministro
Na semana passada, um grupo de 46 deputados apresentou um pedido de impeachment contra Silvio Almeida.
Encabeçado pelo deputado Rodrigo Valadares (União Brasil-SE), o pedido de impeachment diz que, ao custear as despesas de Luciana para participar de agenda em Brasília, o governo “pôs o aparato estatal à disposição de indivíduo umbilicalmente ligado ao tráfico de ilícito drogas”.
Para o deputado, a conduta de Silveira evidencia uma “cumplicidade no mínimo escandalosa”.
“A sua conduta, para além de evidenciar uma cumplicidade no mínimo escandalosa das altas esferas da Administração federal com o crime organizado, que passou a frequentar os mais nobres salões do Poder Executivo, é demonstrativa também da sua disposição de – à frente do Ministério dos Direitos Humanos – utilizar os recursos do Estado em prol para facilitar a penetração de associados criminosas no âmago do aparato público”, diz o documento.
Entre os deputados que assinam o pedido, 30 são do Partido Liberal (PL), do ex-presidente Jair Bolsonaro e principal sigla de oposição ao governo no Congresso.
Partidos como União Brasil, Republicanos e PP, que integram o primeiro escalão do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), somam cinco, três e duas assinaturas, respectivamente. O Novo é responsável por três assinaturas. Podemos, PSD e Patriota têm uma assinatura cada um.