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    Com o presidente da Fiesp, Lula se reúne hoje com chefes das Forças Armadas

    Principal objetivo da reunião é estabelecer uma pacificação na relação entre Lula e os militares; também será discutida modernização dos equipamentos utilizados pelo Exército, Marinha e Aeronáutica

    Tainá FarfanTiago Tortellada CNN , em Brasília e São Paulo

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se encontrará com o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro e com os chefes das Forças Armadas nesta sexta-feira (20). O encontro está marcado para às 10h, no Palácio do Planalto, em Brasília, e também contará com a presença do presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes.

    Os comandantes das três Forças devem comparecer: o general Júlio Cesar de Arruda, do Exército; o almirante Marcos Sampaio Olsenante, da Marinha; e o tenente-brigadeiro do ar Marcelo Kanitz Damasceno, da Aeronáutica.

    Segundo apuração da CNN, o principal objetivo da reunião é estabelecer uma pacificação na relação entre Lula e os militares. Também será discutida a modernização dos equipamentos utilizados pelas Forças Armadas. Esse é o motivo da participação de Josué Gomes no encontro.

    Presidente da Fiesp, Josué Gomes é filho de José Alencar, que, além, de ter sido vice-presidente nos dois primeiros mandatos de Lula, ocupou o cargo de ministro da Defesa entre 2004 e 2006.

    A relação com os militares é um ponto de atenção no governo recém-empossado, com desconfiança mútua entre as partes, conforme avalia William Waack, âncora da CNN.

    O presidente, entretanto, ressaltou em algumas oportunidades que tem interesse em manter o bom diálogo com as Forças Armadas. Além disso, escolheu Múcio para chefiar a Defesa justamente pelo fato de o ministro ter um perfil considerado moderado.

    Busca por conciliação

    O analista de Política da CNN Caio Junqueira apurou que militares da ativa entendem que Lula depende de uma conciliação com as Forças Armadas, precisando liderar um processo de distensionamento do ambiente entre eles.

    Segundo fontes ligadas aos militares, o principal sinal que deve ser passado na reunião é de pacificação, deixando claro o compromisso com o Estado Democrático de Direito.

    Isso tem relação, também, com os atos criminosos de 8 de janeiro, em que a atuação das forças de segurança e Exército foi questionada.

    Assim, deve ser reforçado que possíveis falhas e responsabilidades das Forças Armadas serão apuradas e os responsáveis serão punidos –se inserindo em um contexto de promoção da “despolitização” nos quartéis após o período em que Jair Bolsonaro (PL) esteve à frente do Palácio do Planalto.

    Os militares pontuam, porém, que “Lula sempre foi hábil e conciliador, mas que não tem demonstrado essas qualidades desde os atos criminosos em Brasília”.

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