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    Com nova variante, Bolsonaro é pressionado a recuar de reajuste a polícias

    Além da tentativa de desmobilizar paralisação da Receita Federal, auxiliares e congressistas defendem que o aumento de casos do coronavírus pode exigir aumento de repasses a estados e municípios

    Gustavo Uribeda CNN , Brasília

    Com o aumento de casos de coronavirus, o presidente Jair Bolsonaro tem sido pressionado tanto por auxiliares diretos como por parlamentares governistas a recuar da previsão de reajuste neste ano a policiais federais.

    O argumento é de que, além de a iniciativa estar estimulando greves no setor público, ela ocorre em um momento no qual o governo federal poderá ser obrigado a aumentar os repasses para estados e municípios no combate à variante Ômicron.

    A solicitação para que o presidente reavalie a questão foi transmitida ao Palácio do Planalto, no final da semana passada, tanto por integrantes do Ministério da Economia como por lideranças partidárias do Congresso Nacional.

    A defesa por um recuo no reajuste é compartilhada, segundo relatos feitos à CNN Brasil, por integrantes da articulação política do governo federal, incluindo o líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR).

    A avaliação é de que uma desistência do presidente é a única forma de evitar que demais setores públicos se unam aos auditores da Receita Federal e aos funcionários do Banco Central em uma paralisação.

    Segundo a CNN Brasil apurou com fontes do governo, em conversas reservadas, o ministro da Economia, Paulo Guedes, tem afirmado que seria um equívoco conceder reajuste salarial antes que a pandemia do coronavírus esteja fora do horizonte.

    Além disso, há um receio na equipe econômica que um aumento salarial, somado a reajustes concedidos por gestões estaduais a servidores públicos, criará uma escalada inflacionária que pode afetar a economia brasileira.

    Ao todo, foi reservado no orçamento deste ano um montante de R$ 1,7 bilhão para servidores da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal. O valor foi previsto em um aceno eleitoral do presidente a uma categoria considerada um dos pilares de sustentação de sua eleição em 2018.

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