Baldy já era investigado quando era ministro de Temer
Documento foi assinado pelo juiz federal Marcelo Bretas
Preso na manhã desta quinta-feira (06), o ex-ministro e secretário estadual de Transportes de São Paulo, Alexandre Baldy (PP), exonerado em seguida pelo governador João Doria (PSDB), já era investigado quando ocupava, então, o Ministério das Cidades, durante o governo Michel Temer. A investigação foi aberta e tramitou no Supremo Tribunal Federal (STF) em 2017. A informação consta na decisão expedida pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, que determinou a prisão preventiva de Baldy.
O ex-secretário é acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de receber propina de gestores da Organização Social Pró-Saúde. Os pagamentos, segundo o MPF, ocorrem entre 2013 e 2014 e se originaram de recursos desviados dos cofres públicos do estado do Rio de Janeiro. No entanto, segundo a decisão de Bretas, a investigação em curso se restringe aos supostos crimes de quando Baldy era deputado federal e, depois, ministro, entre 2014 e 2018, sem relação com seu cargo de secretário de Transportes do estado de São Paulo.
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A Pró-Saúde é investigada pela Operação Lava Jato do Rio desde 2017. Os investigadores do MPF chegaram ao nome de Baldy a partir de uma delação premiada de diretores da organização, que revelaram o pagamento de propinas a agentes públicos que intercedessem em favor dela. Como deixou de ser ministro, Badly perdeu prerrogativa de foro e passou a ser investigado na primeira instância da Justiça Federal, no Rio de Janeiro.
A investigação aponta ainda que Baldy usava sua influência política para nomear pessoas em órgãos públicos. Uma vez nomeadas, essas pessoas eram usadas por ele como intermediários para contratação de empresas que participavam do esquema, como a Pró-Saúde. O ex-secretário é suspeito de ter recebido percentuais desses contratos, sob a forma de propina.