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    CNN Brasil rebate ministro Ernesto Araújo em ataques ao jornalismo do canal

    Chanceler de Bolsonaro usou argumentos infundados para atacar reportagem sobre pandemia exibida pela CNN nos Estados Unidos; Gilmar Mendes fala em 'mentiras'

    Da CNN

    O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, utilizou argumentos infundados em uma publicação no Twitter para rebater uma reportagem da CNN americana sobre as mortes por Covid-19 no Brasil e as ações do presidente Jair Bolsonaro no combate à pandemia.

    Na reportagem da CNN americana, o especialista Dennis Carroll culpou a política de governo do presidente Jair Bolsonaro pelo descontrole da doença no Brasil, alegando falta de liderança. Ele fez uma comparação das ações de Bolsonaro com Donald Trump, ex-presidente americano.

    Decisão do STF

    Em sua publicação, Ernesto Araujo afirmou: “A CNN entende tudo errado sobre o Brasil e a Covid. Aqui estão os fatos: após uma decisão do Supremo Tribunal de abril de 2020, os governadores dos estados – não o presidente – têm, na prática, toda a autoridade para estabelecer/gerir todas as medidas de distanciamento social”, publicou o chanceler, que elencou ainda outros tópicos falando sobre investimentos e medidas do governo Bolsonaro contra a Covid-19”.

    A postagem de Ernesto foi desmentida pelo próprio ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, que (em inglês) também usou o Twitter para rebater Ernesto. “FAKE NEWS! A verdade é que o Supremo Tribunal Federal decidiu que as administrações federal, estadual e municipal têm competência para adotar medidas de distanciamento social. Todos os níveis de governo são responsáveis pelo desastre que enfrentamos”, escreveu o ministro.

    O ministro Gilmar Mendes se emocionou durante sessão do Supremo Tribunal Federal
    O ministro Gilmar Mendes rebateu a postagem de Ernesto
    Foto: Reprodução/CNN (6.out.2020)

    Em janeiro deste ano, sem citar o presidente, o STF já havia reagido a declarações de Jair Bolsonaro (sem partido) que, durante o colapso do sistema de saúde em Manaus, culpou a Corte pela ausência de atuação direta do governo federal no combate à pandemia da Covid-19 em estados e municípios.

    Em nota na ocasião, a Secretaria de Comunicação Social da Corte negou que o tribunal tenha proibido o Planalto de agir para conter a disseminação da doença. “É responsabilidade de todos os entes da federação adotarem medidas em benefício da população brasileira no que se refere à pandemia”, diz o texto.

    Valores

    Ernesto Araújo também afirmou no Twitter que o governo federal enviou US$ 98 bilhões (cerca de R$ 550 bilhões) para auxiliar os estados no sistema público de saúde. Segundo o Portal da Transparência, o governo gastou R$ 416 bilhões no total em 2020 no combate à pandemia. Aos estados, foi repassado o montante de R$ 60,1 bilhões em MP assinada por Bolsonaro em ações contra a Covid-19.

    Os governadores já haviam questionado anteriormente os números divulgados pelo governo em ajuda aos estados na pandemia.

    Recorde de mortes

    Nessa quarta-feira (10), o Brasil bateu recorde de mortes diárias por Covid-19, com mais 2.286 vítimas da doença, segundo o Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde).

    O recorde era desta terça-feira (9), quando 1.972 óbitos entraram na contagem.

    Com a atualização, o Brasil ultrapassou 270 mil vítimas da doença. Ao todo, 270.656 brasileiros morreram em decorrência da infecção pelo novo coronavírus.

    O país tem a segunda maior contagem de mortes pelo vírus em todo o mundo, atrás somente dos Estados Unidos. 

    O Conass também registrou mais 79.876 casos, totalizando 11.202.305.

    Nova resposta

    No começo da manhã desta quinta-feira (11), o chanceler respondeu ao ministro do Supremo. “Por favor, leia de novo: depois da decisão da Suprema Corte quer dizer ‘como consequência da’ e não ‘como diz literalmente (a decisão)'”, afirmou Araújo. “E eu disse ‘na prática’, indicando os efeitos na vida real da decisão. Na prática, os governadores tomaram as decisões e o governo federal pagou as contas.”