Cláudio Castro toma posse como governador do RJ
Advogado e cantor de músicas católicas assume o Palácio das Laranjeiras após confirmação do impeachment de Wilson Witzel
Cláudio Castro tomou posse neste sábado (1º) como governador do Rio de Janeiro, em evento na Alerj (Assembleia Legislativa do estado). Filiado ao PSC, ele vai cumprir mandato até 31 de dezembro de 2022.
Advogado e cantor, Castro assumiu em definitivo um dia após o Tribunal Especial Misto, formado por desembargadores e deputados estaduais, condenar o agora ex-governador Wilson Witzel (também do PSC) em processo de impeachment, baseado na suspeita de desvios em contratos públicos durante a pandemia da Covid-19.
É chegada a hora de olharmos para frente. O momento é, realmente, de reconstrução, de firmarmos um pacto pela retomada dos empregos, de enfrentarmos a pobreza e a fome
Cláudio Castro em seu primeiro discurso como governador do RJ
“A população exige um governo sólido, sustentável e de diálogo. Um governo que estimule a geração de empregos, que ofereça saúde e segurança, que invista na educação de nossos jovens, e que trabalhe em conjunto com todos os poderes”, completou.
O governador também pediu um minuto de silêncio pelas vítimas da Covid-19 e diz acreditar na vacina para vencer a pandemia. “Foram mais de 43 mil vidas perdidas pela Covid-19 [no Rio de Janeiro]. Uma dor que nos consome. Eu me solidarizo com cada família que perdeu uma pessoa amada para essa terrível doença. Acredito na vacina para vencermos essa pandemia. No entanto, o desafio não é fácil. Há, ainda, um longo caminho a ser trilhado.”
Leilão dos serviços da Cedae
Em seu discurso, Castro disse ao presidente da Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro), deputado André Ceciliano (PT), que as divergências ficaram no passado, em referência ao leilão de serviços da Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgoto).
Na quinta-feira (29), a Alerj chegou a derrubar o decreto que autorizava a concessão do abastecimento e do saneamento básico no estado, suspendendo o leilão. Porém, o governo do estado manteve o leilão por meio de um decreto publicado pouco depois em edição extra do Diário Oficial.
“A semana que passou, senhor presidente, marcada por divergências, hoje fazem parte do passado. E, a cada passagem, cada um de nós sai com um aprendizado”, disse Castro.
O leilão foi realizado na sexta-feira (30) em São Paulo. Castro participou da disputa ao lado do presidente Jair Bolsonaro, do ministro da Economia, Paulo Guedes, do ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho e do presidente do BNDES, Gustavo Montezano.
Impeachment de Wilson Witzel
Witzel perdeu o cargo de governador, para o qual foi eleito no pleito de 2018, e também teve decretada a perda dos seus direitos políticos por um período de cinco anos. A decisão foi unânime, 10 a 0, pela condenação e pela perda dos direitos. A única divergência foi na modulação da pena. Nove votos determinaram a condenação por cinco anos, enquanto o deputado estadual Alexandre Freitas (Novo) propôs quatro anos.
Castro já estava à frente do Palácio das Laranjeiras desde agosto de 2020, quando Witzel foi afastado do cargo por decisão do ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Eleito vice-governador na chapa de Witzel, ele estava interinamente como governador e foi empossado em definitivo neste sábado (1º) por ser o primeiro na linha de sucessão.
(Com informações de Guilherme Venaglia, Anna Satie, Renato Barcellos, da CNN, em São Paulo)