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    Ciro Gomes critica Bolsonaro e fala sobre eleição: ‘O que Moro tem a oferecer?’

    Para o pedetista, esquerda precisa refletir com humildade para se reconciliar com o povo brasileiro

    Da CNN

    Em entrevista à CNN nesta sexta-feira (31), o ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) cobrou a responsabilização do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por sua gestão na crise causada pela pandemia do novo coronavírus.

    “Ele [Bolsonaro] não acredita na ciência e imita a estupidez irresponsável de Donald Trump, ídolo dele. Lá [nos Estados Unidos], ele está pagando um preço muito caro porque o país é o epicentro [da pandemia], e o Brasil vem logo em seguida”.

    Ciro ainda disse que as duas trocas no comando do Ministério da Saúde se deram por razões “anticientíficas”.

    “Ele [Bolsonaro] está cometendo crimes. Hoje, quem administra a saúde brasileira é um general da ativa [Eduardo Pazuello] que nos aproxima de uma República de bananas, de quinta categoria”, disse.

    Popularidade

    Terceiro colocado na eleição presidencial de 2018, Ciro falou sobre a popularidade que Bolsonaro vem ganhando no Nordeste do país, região onde o presidente saiu derrotado na última eleição. 

    Na visão do pedetista, o motivo é um só: o auxílio emergencial de R$ 600, criado para socorrer trabalhadores informais e desempregados durante a pandemia.  

    Segundo ele, Bolsonaro é “pessimamente avaliado” quando o assusto é condução da crise. No entanto, disse ele, a população é grata pelos R$ 600 que estão chegando. 

    “O Brasil, depois de 14 anos de conversa fiada de esquerdismo de goela, que não mudou em nada a estrutura de distribuição de renda real do país, chegou no começo da pandemia com 110 milhões de pessoas tendo uma renda por cabeça por ano de R$ 413”, disse. “Se passa de R$ 413 para R$ 600, o nosso povo é grato”, completou.

    ‘Quarentena eleitoral’

    O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, defendeu nesta semana a adoção de um período de “quarentena” que juízes e procuradores precisariam cumprir caso queiram deixar os cargos e disputar cargos eletivos. 

    De acordo com Toffoli, o período de inelegibilidade servirá para evitar a “utilização da magistratura e do poder imparcial do juiz para fazer demagogia, aparecer para a opinião pública e se fazer candidato”. O prazo sugerido pelo presidente do STF seria de oito anos de inelegibilidade.

    Ciro disse não acreditar que leis sejam a solução, mas que a população deve repudiar.

    “Promotores e juízes que se metem a políticos estão usando uma coisa muito grave, que é a lei e o direito, que devem ser equilibrados para todos, em seu benefício”.

    2022

    Ciro disse crer que os brasileiros deverão votar com “um pouco mais de cuidado” na próxima eleição, e afirmou que, caso Sergio Moro se candidate, o cenário político não deve mudar.

    “O que Sergio Moro tem a oferecer ao povo brasileiro?”, questionou. Segundo ele, o ex-juiz “não é decente, é um corrupto”.

    “Se ele tivesse recebido um saco de dinheiro, todo mundo saberia que é corrupto. Mas ele recebeu uma promessa de um cargo vitalício no STF para largar a magistratura e entrar para a política. Isso é receber vantagem indevida”, justificou.

    Sobre a possível candidatura de Luciano Huck, o ex-governador reconheceu que ele é “belo apresentador de TV”. “Agora, está pronto para ser presidente do Brasil?”, perguntou.

    Ciro afirmou ainda querer unir os eleitores da esquerda, “mas com a burocracia corrompida do PT, esta eleição está perdida e as próximas três”.

    “Ou a gente bota a mão na cabeça com humildade para nos reconciliar com o povo brasileiro, ou fique o PT chamando o nosso povo de fascista, de gado. Eu estou em outra”, falou.

    (Edição: Bernardo Barbosa)

     

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