Ciro Gomes aposta na reativação de obras paradas para fortalecer as indústrias
Setor ferroviário seria um dos beneficiados
Em visita ao antigo prédio da Companhia Brasileira de Material Ferroviário, em Osasco, na região metropolitana de São Paulo, o candidato à presidência da República, Ciro Gomes (PDT) falou, nesta sexta-feira (19), que caso seja eleito, pretende reativar obras paradas e investir em uma política de industrialização. “A proposta é gerar 5 milhões de empregos nos dois primeiros anos do meu governo.
Sei bastante bem o caminho, são 14 mil obras paradas que já estão licenciadas e licitadas e que dá um retorno rápido se nós consertarmos essa equação trágica do Brasil”, disse.
O setor ferroviário seria um dos beneficiados com o projeto de reindustrialização. De acordo com o ex-ministro, a economia do transporte de carga por trens pode a 10%, em relação ao deslocamento por caminhão. “Quero chamar atenção do povo brasileiro para a mais selvagem destruição industrial de todo o mundo. Aqui onde estamos já trabalharam 12 mil brasileiros na Cobrasma. Hoje trabalham 400 em três empresas que estão usando as estruturas”.
Ao longo da visita, Ciro Gomes acompanhou a fabricação de produtos ferroviários, ao lado de representantes das empresas e do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco, Gilberto Almazan.
O candidato afirmou que pretende ampliar, por exemplo, a rota da ferrovia transnordestina e estabelecer um eixo com o Oceano Pacífico. “Reforçar e modernizar a estrutura ferroviária brasileira é certamente um ganho de produtividade que está ao nosso alcance”, afirmou a jornalistas. O pedetista disse que está trabalhando junto à Associação Brasileira da Indústria de Base (ABDIB), para calcular custos e extensões da ampliação da malha ferroviária.
Questionado sobre a pesquisa Datafolha, divulgada na quinta-feira (18), que mostra Ciro Gomes com 7% das intenções de voto na corrida ao Palácio do Planalto – 1% a menos do que a edição anterior, o candidato disse que “pesquisa é retrato e a vida é filme”.
“Tchutchuca do Centrão”
A campanha do pedetista tem menos alianças políticas de outros partidos, do que as chapas do ex-presidente Lula (PT), que tem ficado em primeiro lugar na pesquisa Datafolha e do presidente Jair Bolsonaro (PL), que vem logo atrás. Ciro Gomes foi questionado se será uma “tchutchuca do centrão”, caso sea eleito. A expressão foi usada contra Bolsonaro, nesta quinta-feira, por um youtuber.
O pedetista respondeu, “não vou mesmo”. Ao citar antigos líderes do Executivo que, de acordo com ele, governaram com apoio do centrão, Ciro Gomes afirmou que caso seja eleito, irá dialogar com negociações “à luz do dia”, envolvendo uma mediação de governadores e prefeitos.
“Eu vou propor um outro caminho, um outro modelo de governança política para encerrar essa história de que a presidência da república do Brasil é a testa de ferro da quadrilha de ladrões que assaltam nosso país eternamente”, afirmou.
Discurso e críticas
Ao final da visita, sob o teto de um galpão repleto de pedaços de metal, Ciro Gomes voltou-se a funcionários das fábricas e utilizou um megafone para fazer um discurso. O candidato estava acompanhado de aliados como Élviz Cesar (PDT) e Gleides Sodré (PDT), candidatos a governador e vice-governadora do Estado de São Paulo.
Ciro Gomes afirmou que escolheu o complexo de produção e peças rodoviárias para fazer campanha, pois a redução expressiva no quadro de funcionários das fábricas é simbólica perante o cenário econômico no Brasil.
Debate
As emissoras CNN e SBT, o jornal O Estado de S. Paulo, a revista Veja, o portal Terra e a rádio NovaBrasilFM formaram um pool para realizar o debate entre os candidatos à Presidência da República, que acontecerá no dia 24 de setembro.
O debate será transmitido ao vivo pela CNN na TV e por nossas plataformas digitais.