Ciro diz que CLT pode “se aposentar” e propõe novo “código do trabalho”
Candidato do PDT afirmou em evento nesta terça-feira que legislação trabalhista não condiz com a atual realidade de “home office” e “informalidade”, mas promete garantir direitos
O candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) afirmou nesta terça-feira (30) que pretende “aposentar” a CLT e propor um novo código do trabalho que corresponda ao mundo atual, mas que mantenha direitos trabalhistas. A declaração foi feita durante encontro com a União Nacional do Comércio e Serviços (Unecs), em Brasília.
“A velha CLT não compreende mais o mundo das tecnologias digitais, home office, teletrabalho, informalidade e aplicativos. Pode se aposentar. Porém, a ideia de que nós temos que desregulamentar o trabalho é um equívoco estratégico mortal”, justificou Ciro, que elogiou a contribuição histórica da CLT.
O pedetista é crítico da reforma trabalhista aprovada durante o governo do ex-presidente Michel Temer (MDB), em 2017.
Em tom de brincadeira, ele disse que a relação de seu governo com empresário será “um quebra pau”, mas ressaltou que o diálogo estará aberto. “Não vou impor a minha ideia. Vocês serão chamados sistematicamente”.
Ciro também afirmou que pretende realizar reformas estruturantes, como a tributária e da Previdência. Sua ideia é apresentar as propostas ainda nos seis primeiros meses de governo, caso eleito.
Para conseguir as aprovações, o candidato promete reestruturar as dívidas dos estados em busca do apoio de governadores. “Não sou o salvador da pátria, preciso de ajuda”, pontuou.
Segundo ele, a oferta aos governadores e prefeitos seria a reestruturação dos passivos dos estados. “São R$ 600 bilhões, que no fluxo leva de 12% a 15% da receita corrente líquida de cada estado. Eu troco com o governador: olha, você vem em apoio às reformas estruturais que o projeto nacional de desenvolvimento vai aproveitar nos seis primeiros meses”, diz.
A reforma do candidato deve tributar mais o patrimônio e a renda, além de desonerar os impostos relacionados ao consumo.
Já a mudança da Previdência contempla uma alteração do atual modelo de repartição para um novo de capitalização.
“Só Brasil, Argentina e Venezuela mantêm um sistema de Previdência de repartição cuja lógica de financiamento é a formalidade do mercado de trabalho e a demografia jovem, duas pernas que sumiram da nossa realidade”, justificou.
Debate
As emissoras CNN e SBT, o jornal O Estado de S. Paulo, a revista Veja, o portal Terra e a rádio NovaBrasilFM formaram um pool para realizar o debate entre os candidatos à Presidência da República, que acontecerá no dia 24 de setembro.
O debate será transmitido ao vivo pela CNN na TV e por nossas plataformas digitais.
Fotos: Os candidatos à Presidência no primeiro debate eleitoral
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