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    Ciro cita “hiperpolitização” e pede limite em transmissões do Judiciário na TV

    Candidato diz que Justiça tem a “última palavra”, mas fez críticas à postura de membros dos tribunais

    Daniel ReisThais Magalhãesda CNN

    O candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) disse, nesta sexta-feira (2), que é necessário “pôr um limite” em transmissões de julgamentos e sessões na televisão e lamentou o que chamou de “hiperpolitização” do Judiciário. Ele também fez críticas à TV Justiça.

    A declaração foi feita durante sabatina com representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em São Paulo. Ciro ressaltou defender que a “última palavra” seja sempre do Judiciário, mas fez críticas à postura de membros dos tribunais.

    “A gente, sabe, como profissional de direito, que, dizia o velho Rui [Barbosa], que o Supremo Tribunal Federal tem direito de errar por último. Porque senão é um curto-circuito. Se a gente não acatar, com definição, que a última palavra é do Judiciário, é a selva”, disse Ciro.

    “Mas se eu gosto do que está acontecendo? Não gosto nada. A hiperpolitização, a hipersensibilidade ao domínio publicitário das mídias, a compulsão de falar, de dar entrevista”, comentou o pedetista, que em seguida criticou a TV Justiça.

    “TV Justiça, isso é inimaginável na Europa, nos Estados Unidos. Você transmitir um julgamento em tempo real, ao vivo, trazendo o embate da internet para o celular do ministro que está ali esperando o outro votar e vendo qual é a repercussão. Tenha santa paciência. Isso é de uma vulgaridade que a gente precisa pôr um limite nisso, mas não sei se é institucional”, disse Ciro.

    Após a fala, o ex-ministro pontuou estar aberto a escutar a opinião do meio jurídico sobre o tema.

    O pensamento vai em linha ao que foi dito pelo também presidenciável Felipe D’Avila (Novo) que, em entrevista à CNN na última terça-feira (30), defendeu o fim das transmissões ao vivo de julgamentos do Supremo.

    “Você tem que falar nos autos. Nos autos que o juiz se manifesta, não é dando entrevista, não é em decisões monocráticas. Eu acho um absurdo [TV Justiça]. Um absurdo total. […] O que você precisa é ter serenidade na corte que é a guardiã da Constituição brasileira. Não é um espetáculo. A democracia precisa respeitar certos rituais”, disse D’Avila na ocasião.

    Debate

    As emissoras CNN e SBT, o jornal O Estado de S. Paulo, a revista Veja, o portal Terra e a rádio NovaBrasilFM formaram um pool para realizar o debate entre os candidatos à Presidência da República, que acontecerá no dia 24 de setembro.

    O debate será transmitido ao vivo pela CNN na TV e por nossas plataformas digitais.

    FOTOS — Conheça os candidatos à vice-presidência

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