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    Cid movimentou R$ 367 mil após atos de 8 de janeiro e R$ 160 mil dos EUA para o Brasil após ser preso

    Dados constam em documentação do Coaf entregue à CPMI do 8 de janeiro; órgão suspeita de movimentação atípica

    Contas do tenente-coronel Mauro Cid tiveram movimentação de dinheiro após o 8 de janeiro e depois de sua prisão
    Contas do tenente-coronel Mauro Cid tiveram movimentação de dinheiro após o 8 de janeiro e depois de sua prisão Gesival Nogueira/Ato Press/Estadão Conteúdo

    Tainá FarfanMarcos Amorozoda CNN

    Brasília

    O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), transferiu, no dia 12 de janeiro, R$ 367.374,56 para uma conta que também pertence a ele nos Estados Unidos, no banco BB Americas.

    A conversão, considerando a taxa de câmbio de R$ 5,21, resultou em US$ 70.500. A movimentação aconteceu quatro dias após os ataques de 8 de janeiro.

    Veja também — Moraes proíbe Cid de se comunicar com Bolsonaro

    Os dados constam em documentação enviada esta semana à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, complementando informações da quebra de sigilo bancário de Cid enviadas anteriormente, aos quais a CNN teve acesso.

    No dia 25 de julho, quando o ex-ajudante de Bolsonaro já estava preso, aparece outra movimentação internacional, no valor de US$ 34.391,11, o equivalente a R$ 161.664,92, que saiu de uma conta no banco Wells Fargo Bank, dos EUA, para sua conta no Brasil.

    Na documentação compartilhada com a comissão parlamentar de inquérito, também é possível verificar diversas aplicações financeiras de Cid ao longo da gestão Bolsonaro. O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontou as movimentações como “atípicas”.

    O tenente-coronel esteve com Bolsonaro nos Estados Unidos, foi preso no dia 3 de maio devido à investigação por suspeita de fraudes em cartões de vacinação e foi flagrado em conversas golpistas, após quebras de sigilo telefônico.

    O caso mais recente aponta que ele integrou um esquema de venda de presentes de luxo, dados ao governo brasileiro quando Jair Bolsonaro era presidente da República.

    Na quinta-feira (24), a CPMI aprovou um novo requerimento para ouvir Mauro Cid. A data, porém, ainda não foi marcada.

    O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, enfrenta diversas acusações de crimes
    O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, enfrenta diversas acusações de crimes / Arte/CNN Brasil

    Na sexta-feira (25), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes proibiu Mauro Cid de se comunicar com o ex-presidente e com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

    A decisão foi assinada na última quarta-feira (23), mas, conforme apurou a CNN, as intimações começaram a ser transmitidas na noite de sexta.

    Além disso, Cid depôs, por mais de duas horas, à Polícia Federal também na sexta-feira (25). Ele foi ouvido para esclarecer pontos de uma conversa entre Bolsonaro e o hacker Walter Delgatti em agosto do ano passado.

    A CNN procurou a defesa de Mauro Cid, que não se pronunciou até a publicação desta reportagem.