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    CEOs querem discutir mercado de carbono e participação em Conselho da Amazônia

    Representantes do setor empresarial vão se reunir com o vice-presidente Hamilton Mourão, responsável pelo conselho, nesta sexta (10)

    Iuri Pittada CNN

    Representantes do setor empresarial que vão se reunir por videoconferência, nesta sexta-feira à tarde (10), com o vice-presidente Hamilton Mourão, responsável também pelo Conselho Nacional da Amazônia Legal, querem discutir a modelagem de um mercado de carbono vinculado à preservação da floresta equatorial.

    Os CEOs também consideram importante estreitar os canais de diálogo com o governo, inclusive pela participação no colegiado presidido por Mourão ou por meio de encontros regulares do vice-presidente com o grupo de executivos. 

    Em um comunicado enviado a Mourão nesta semana, mais de 40 empresários e lideranças dos setores industrial, financeiro, de serviços e do agronegócio defenderam o “combate inflexível e abrangente ao desmatamento ilegal na Amazônia e demais biomas brasileiros”, a inclusão socioeconômica das comunidades locais e a “adoção de mecanismos de negociação de créditos de carbono”. 

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    Estima-se que o mercado de descarbonização ligado à Amazônia poderia movimentar até US$ 10 bilhões ao ano (mais de R$ 53 bilhões), por meio da comercialização de créditos de redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE). Um crédito equivaleria a uma tonelada de carbono que deixou de ser lançada na atmosfera. 

    A sistematização e modelagem de um mercado de carbono vinculado à Amazônia está em linha com o que foi anunciado na quarta-feira (8) pela presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde. A executiva afirmou ao jornal Financial Times que a instituição vai perseguir “objetivos verdes” em suas operações, incluindo compra de títulos e ativos comprometidos com o combate às mudanças climáticas.  

    Participantes da reunião 

    A videoconferência desta sexta com Mourão tem as participações confirmadas, em ordem alfabética, de André Araújo (CEO da Shell); Candido Bracher (presidente do Itaú); João Paulo Ferreira (CEO da Natura); Luiz Eduardo Osório (diretor da Vale); Marcos Molina (CEO da Marfrig); Paulo Sousa (CEO da Cargill); e Walter Schalka (CEO da Suzano).

    Também estarão na reunião representantes de entidades signatárias do documento, como Marina Grossi, presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), Marcello Brito, presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), e o ex-governador capixaba Paulo Hartung, presidente executivo da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá).

    As empresas vão apresentar ao vice-presidente as ações que já desenvolvem em sustentabilidade e preservação de áreas na Amazônia, além de inclusão social das comunidades locais. Parte desses executivos e companhias, como a Natura, o CEBDS e a Abag, participou, por exemplo, da Semana do Clima, em setembro passado, em Nova York (EUA), na qual se discutiu a questão da Amazônia. O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, também esteve no evento. 

    O governo federal, por sua vez, pretende apresentar algumas das iniciativas em discussão para reverter o desgaste da imagem do Brasil no exterior, como a moratória de 120 dias de queimadas na Amazônia e no Pantanal, e o programa Adote um Parque, pelo qual as empresas financiariam serviços florestais de proteção ambiental.

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