Centrão governista intensifica ofensiva sobre oposição; Maia reage
Com cerca de 130 votos, o grupo é considerado o fiel da balança na disputa pelo comando da Câmara
Adversários de Rodrigo Maia (DEM-RJ) na próxima eleição para presidência da Câmara, em fevereiro, intensificaram a ofensiva para obter apoio de partidos da oposição. Com cerca de 130 votos, o grupo é considerado o fiel da balança na disputa.
Nesta semana, o líder do PP na Casa, Arthur Lira (AL), procurou dirigentes da esquerda. Falou, por exemplo, com o presidente do PSB, Carlos Siqueira, para pedir que assinasse uma carta ao Supremo Tribunal Federal contra a possibilidade de reeleição de Maia.
No documento, cujo teor foi antecipado pela CNN ontem de manhã, os partidos dizem que a reeleição seria “casuísmo tacanho” que não combina com tradição do STF e que o sistema democrático “não comporta ditadura ou coronelismo parlamentar”.
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Pré-candidato à sucessão de Maia, Lira conta com ajuda de apoiadores. O presidente do PSD, Gilberto Kassab, foi um dos que entrou na articulação. Nos últimos dias, procurou a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, para defender a tese contra a reeleição de Maia.
Lira e Kassab tiveram sucesso em suas ofensivas. O PSB acabou assinando a carta. O PT não assinou, mas, como revelou a coluna, a bancada do partido na Câmara decidiu, por consenso, se posicionar contra a possibilidade de reeleição para o comando da Casa.
Maia reage
Maia reagiu aos movimentos. Na noite desta quarta-feira (3), convidou lideranças da oposição para um jantar na residência oficial para debater a eleição da Mesa Diretora. O deputado contou com o apoio da oposição em todas as suas eleições para presidente da Câmara.
Nas conversas, Maia tem acenado com espaços para partidos da oposição na Mesa Diretora da Câmara. Também sinaliza que ele ou seu candidato a sua sucessão não deixarão avançar pautas de costumes defendidas pelo presidente Jair Bolsonaro.