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    Centrão defende mudanças em Bolsonaro para 2022

    Segundo lideranças com as quais a CNN conversou nos últimos dias, é preciso profissionalizar o tanto quanto possível a atuação política do presidente

    Caio Junqueirada CNN



     

    O Centrão quer moldar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para as eleições de 2022. A avaliação é a de que as condições que elegeram Bolsonaro em 2018 não estarão mais tão presentes no pleito de 2022 e que, se ele não se ajustar a isso, corre risco de derrota.

    Segundo lideranças com as quais a CNN conversou nos últimos dias, é preciso profissionalizar o tanto quanto possível a atuação política do presidente até as eleições do ano que vem.

    Isso significa ouvir mais o universo político e menos as redes sociais, ter um consultor em marketing político para já ir lhe aconselhando a falar o que a população quer ouvir, utilizar pesquisas de opinião para direcionar seus posicionamentos e, claro, integrar um partido com estrutura política.

    O presidente tem dito a aliados que quer ter poder no partido que escolher para se candidatar em 2022. Isso implica indicar ou pelo menos influenciar nas candidaturas a governador e ao Senado e, claro, nos dirigentes estaduais. 

    Três siglas, segundo interlocutores do presidente, já ofereceram um partido “limpo”, ou seja , em que ele teria poder absoluto: PSD, PTB e Patriota.

    E aqui se dá a primeira divergência na base aliada. Bolsonaristas preferem que ele vá ao Patriota, um partido pequeno, sem história e portanto sem manchas em sua trajetória que comprometam seu discurso. 

    O centrão prefere que ele adira a um partido estruturado e consolidado. Isso porque ele precisará ter tempo de televisão para mostrar resultados de seu governo que, acreditam aliados, a imprensa, que ele constantemente ataca, não mostrará. 

    O PP também é uma possibilidade. Bolsonaro já passou por ele entre 2005 e 2016, mas é um partido com muitos caciques, como Ciro Nogueira, presidente, Ricardo Barros, tesoureiro, e Arthur Lira, novo presidente da Câmara. 

    O Republicanos, partido de dois de seus filhos, seria um caminho, mas quem esteve com o presidente nos últimos dias disse que é improvável que ele o siga.

    Uma outra preocupação do centrão é com a marca do governo a ser ofertada aos eleitores em 2022. 

    Bolsonaro e algum de seus ministros mais próximos têm batido na tecla de que “não há corrupção no governo” e defendido que esse seja um mantra na campanha, mas o próprio centrão acha que isso não basta e que é preciso mostrar resultados concretos, porque a lógica de 2018 – uma campanha pós-Lava Jato – não estará mais presente, e que em 2019 grande parte do voto em Bolsonaro em 2018 foi anti-PT, não pró-Bolsonaro. 

    Por isso, é preciso conquistar esses eleitores novamente porque muito provavelmente haverá outros candidatos à direita anti-petistas também.

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