Centrais sindicais decidem aderir a manifesto pela democracia da Fiesp
O documento deve ser divulgado em 11 de agosto
Seis centrais sindicais decidiram na manhã desta quinta-feira (28) aderir ao manifesto em defesa da democracia que está sob organização da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O documento deve ser divulgado no dia 11 de agosto, na Faculdade de Direito da USP, mesmo dia em que também será lida a carta dos juristas pelo estado democrático de direito.
Vão apoiar o documento a Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) e Nova Central. No dia anterior, o manifesto havia ganhado a adesão da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e outras entidades do empresariado, como a Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), e organizações da sociedade civil, como Comissão Arns, Conectas e Pacto pela Democracia.
“Nada é mais caro à classe trabalhadora do que a democracia”, disse o presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre. Para o dirigente, a união entre o empresariado e os sindicatos em defesa do sistema eleitoral e do respeito ao resultado das urnas é uma mostra do “amadurecimento de todos e do quanto a democracia é um valor que nenhum brasileiro abre mão”.
Miguel Torres, presidente da Força Sindical, afirmou que “quem sabe os riscos que um retrocesso nesse campo representa entende como é importante participar desse manifesto”. “Em abril, nossa pauta já falava em democracia, empregos e direitos”, disse. Para Torres, a adesão das centrais sindicais ao manifesto da Fiesp remete aos tempos das Diretas Já. “Passamos agora há pouco no Vale do Anhangabaú e falamos exatamente disso, do quanto aquela mobilização foi importante para a história do país.”
Defesa institucional
Articuladores do manifesto dizem que o texto trará uma defesa das instituições democráticas, da harmonia e independência dos Três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) e do sistema eleitoral brasileiro. Por envolver organizações diversas, o documento tem um tom sóbrio e institucional, sem conotação partidária.
“Democracia é imprescindível para um ambiente de negócios sadio”, diz o presidente da Abdib, Venilton Tadini, que confirmou a adesão da associação ao manifesto. “Como entidade, não temos posição partidária. Temos uma posição política em defesa do estado democrático de direito.”