Cenário político no Brasil tende a se aproximar cada vez mais do americano, diz CEO da Atlas
Andrei Roman ainda classificou como "preocupante" movimento de desconfiança no processo eleitoral
O CEO da Atlas, Andrei Roman, afirmou, nesta sexta-feira (11), que o cenário político brasileiro tende a se aproximar cada vez mais do americano, sob o contexto da polarização eleitoral.
“O cenário político no Brasil é copiar ainda mais o americano. Esse cenário de grande polarização, onde as pessoas declaram coisas que talvez não acreditem apenas para apoiar o seu lado político”, disse.
Segundo pesquisa Atlaintel divulgada nesta sexta, 38,4% das pessoas acreditam que, na verdade, foi o presidente Jair Bolsonaro (PL) quem, de fato, ganhou as eleições, e não Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como mostraram as urnas.
Os que acreditam que Lula ganhou são 57,4%; os que não sabem representam 4,2%.
Além disso, 43,1% crêem que Bolsonaro foi injustiçado durante o processo eleitoral; 15,2% acreditam que Lula foi injustiçado; e 5,3% crêem que os dois foram.
As pessoas que responderam que nenhum dos candidatos foi prejudicado totaliza 29,8%; e 6,7% não souberam.
Roman descreve o cenário como “muito preocupante” e afirma que, ao colocar o processo eleitoral em dúvida, “a democracia fica em risco”
“São dados muito preocupantes porque a partir do momento em que as pessoas declaram não ter confiança no processo eleitoral, a democracia fica em risco”, concluiu.
“É importante que esse grande número de eleitores se expresse dessa forma para que a gente tenha um início de um negacionismo eleitoral que, por exemplo, os Estados Unidos sofrem até hoje. Um dos grandes temas das eleições dos Estados Unidos nessas eleições de meio de mandato foi se o Trump perdeu realmente a eleição. Até hoje é o grande divisor de água na política americana que, inclusive, fez com que muitos candidatos moderados do partido republicano perdessem as prévias porque eles não tinham se posicionado de maneira clara dizendo que o Biden roubou a eleição. E
Pesquisa ouviu 2.000 pessoas entre os dias 4 e 8 de novembro. A margem de erro é de 2 pontos percentuais e o nível de confiança é de 95%.
*Sob supervisão de Elis Franco
