Celso de Mello pede que PGR diga se Bolsonaro deve depor pessoalmente
PF disse que é necessário ouvir o presidente no inquérito que apura a suposta interferência política de Bolsonaro na Polícia Federal
O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu nesta sexta-feira (26) que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifeste sobre a forma como o presidente Jair Bolsonaro deve prestar depoimento — pessoalmente ou por escrito — no âmbito das investigações que apuram se o chefe do Executivo tentou interferir politicamente na Polícia Federal.
A delegada da Polícia Federal Christiane Correa Machado encaminhou, na última sexta-feira (19), um ofício ao ministro. No documento, ela informa que as investigações relacionadas ao Inquérito 4.831, referentes a possíveis interferências do presidente na PF, se encontram em estágio avançado. Ela também informou o STF sobre a necessidade de colher o depoimento do presidente Jair Bolsonaro.
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Aberto a partir de declarações do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro, o inquérito 4.831 pode levar à apresentação de uma denúncia contra o chefe do Executivo.
Em 2017, o ministro Luís Roberto Barroso, do STF, garantiu ao então presidente Michel Temer, investigado no inquérito dos Portos, o direito de depor por escrito. Na ocasião, a defesa de Temer encaminhou um documento com as respostas do emedebista às 50 perguntas da PF sobre as investigações.