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    Celso de Mello leva transparência a sério, diz ex-presidente do TJ-SP

    Segundo o advogado José Renato Nalini, reunião ministerial não pode ser sigilosa

    Da CNN, em São Paulo

    O advogado José Renato Nalini, ex-presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP), disse acreditar que o decano do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Celso de Mello, deve decidir por divulgar a íntegra do vídeo da reunião ministerial que aconteceu em 22 de abril, pois “leva muito a sério o princípio da transparência”.

    “A transparência é um princípio republicano de primeiríssima qualidade sob a luz da Constituição de 88. Acredito que ele não vá censurar nada. Essa demora é justificável, porque ele não é um ministro de canetadas rápidas. Depois de quatro horas de vídeo, evidentemente ele pinçou muita coisa para colocar no seu voto”, afirmou à CNN nesta quinta-feira (21).

    Uma reunião ministerial, segundo Nalini, não pode ser sigilosa. “Não era um grupo de amigos discutindo como se estivessem em casa, em um clube ou no bar. Era uma reunião com o presidente da República e ministros de Estado, que são remunerados pelo povo”, disse.

    O advogado defendeu a liberação do vídeo integralmente mesmo no caso de a gravação conter elementos que possam causar desgastes políticos envolvendo o governo federal.

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    Para ele, se houver lesões e vulnerações à honra alheia, “não será incomum no Brasil atual”, e os ofendidos poderão chamar a Justiça para cobrar compensações e ressarcimento caso tenham sido feridos.

    Nalini também elogiou o trabalho do ministro Celso de Mello que, para ele, é um dos “mais eruditos e brilhantes magistrados que a Suprema Corte do Brasil já teve”.

    Interferência na PF

    Diante do que se tem público até o momento sobre as acusações do ex-ministro da Justiça Sergio Moro, Nalini disse que, como estudioso de direito, enxerga indícios de que tenha havido interferência do presidente na PF.

    “Isso vai depender da análise do relator e também do colegiado, pois cada ministro do Supremo tem uma posição. Pela minha experiência, talvez eu encontrasse provas suficientes para denunciar, porque a denúncia é apenas uma tentativa de permitir que a parte acusada evidencie a sua inocência”. 

     

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