Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    CCJ do Senado pauta PEC das Praias para esta quarta (4)

    Se aprovado pela comissão, texto segue para votação no plenário

    Da CNN , Brasília

    A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado pautou para esta quarta-feira (4) a PEC das Praias.

    A proposta de emenda à Constituição (PEC) prevê a transferência de propriedade de terrenos de marinha para estados, municípios e entes privados.

    O projeto já passou pela Câmara e, se aprovado pela CCJ, segue para votação no plenário do Senado antes de ser enviado à sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

    No Senado, a proposta é relatada por Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

    Em maio deste ano, a CCJ convocou uma audiência pública sobre o tema, com a presença de integrantes do governo e de representantes de organizações.

    Após mobilização contrária à PEC e um pedido de vista, a tramitação ficou parada na comissão.

    O que diz a proposta?

    A proposta exclui trecho da Constituição que diz que os terrenos de marinha são de propriedade da União. Com isso, fica permitida a transferência de propriedade desses terrenos para estados, municípios e entes privados.

    Na audiência pública, especialistas alertaram sobre as eventuais consequências da PEC para o meio ambiente e para a soberania do país, mas a possibilidade de privatização do acesso às praias se transformou em um dos pontos mais polêmicos da discussão.

    O relator Flávio Bolsonaro nega que a PEC abre espaço para privatização e afirma que o objetivo da proposta é “acabar com o pagamento de taxas absurdas” por proprietários de imóveis em áreas de terrenos de marinha. Em entrevista à CNN, o senador disse que a proposta pode “aumentar a arrecadação de impostos por parte da União”.

    A proposta não prevê a privatização da faixa de areia e limitação de acesso às praias, mas, na avaliação de especialistas, isso poderia ocorrer na prática. Com regras flexibilizadas, é possível que construções como muros, cercas ou instalações avancem sobre os terrenos, impedindo o acesso das pessoas.

    Com a repercussão do debate, Flávio Bolsonaro propôs uma emenda ao texto que define as praias como “patrimônio público de utilização coletiva” e garante acesso livre a elas e ao mar.

    Incluiu ainda um trecho que proíbe qualquer forma de uso do solo que impeça ou dificulte o acesso aos terrenos. As alterações foram feitas em julho e, desde então, o senador não fez outras mudanças no projeto.

    Posição do governo

    Em junho – antes de Flávio Bolsonaro apresentar o parecer com a emenda – o governo federal publicou uma nota criticando a PEC das Praias por meio do Ministério de Gestão.

    “A proposta pode gerar uma dificuldade de acesso da população às praias, já que ela favorece a especulação imobiliária e o interesse de um conjunto de empreendimentos costeiros que podem se estender sobre essas áreas”, afirmou o ministério.

    No entendimento do governo, a aprovação da PEC também pode gerar uma ocupação desordenada e ameaçar os ecossistemas brasileiros, o que tornaria esses territórios mais vulneráveis aos eventos climáticos extremos.

    A nota defendia ainda que a demarcação e administração desses terrenos pelo governo federal é fundamental para a proteção ambiental dos terrenos de marinha e para garantir segurança jurídica adequada dos bens da União.

    Mesa Diretora do Senado: entenda como funciona a eleição dos membros

    Tópicos