Castro à CNN: Segurança pública é problema nacional, não só do Rio
Governador do Rio de Janeiro critica União e defende maior participação federal no combate ao crime organizado, que já se espalhou por diversos estados
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (Republicanos), em entrevista ao CNN 360° (de segunda a sexta, 15h), afirmou que a segurança pública é um problema nacional e não apenas estadual. Castro enfatizou a necessidade de uma maior participação do governo federal no combate ao crime organizado.
Segundo o governador, as principais facções criminosas de São Paulo e do Rio de Janeiro já estão presentes em 24 e 21 estados, respectivamente, evidenciando a dimensão nacional do problema. “Não adianta a União, o governo federal, quem quer que seja, querer tomar responsabilidade do Rio ou dos estados. Eles têm que fazer aquilo que é seu”, declarou Castro.
Orçamento e responsabilidades
Castro revelou que o orçamento anual do Rio de Janeiro para a segurança pública é de R$ 13 bilhões, superando os investimentos em saúde e educação. O governador argumentou que a União deveria assumir suas responsabilidades, como o controle de fronteiras e o combate à lavagem de dinheiro, que são crimes federais.
Além disso, Castro sugeriu que o governo federal poderia financiar a segurança pública dos estados, assim como faz com a saúde municipal. Uma das propostas mencionadas foi a retirada da folha de pagamento da segurança pública da Lei de Responsabilidade Fiscal, permitindo o aumento do efetivo policial.
Críticas e sugestões
O governador criticou a falta de ações práticas por parte do governo federal: “Existem diversas ações que seriam situações práticas para que a gente conseguisse botar mais polícia na rua, trabalhar mais, e que o nosso trabalho tivesse efetividade”.
Castro também mencionou o projeto Cifra, um protótipo em desenvolvimento no Rio de Janeiro, que visa combater braços financeiros das organizações criminosas e tem apresentado alguns resultados, embora ainda considerados tímidos diante da magnitude do problema. O governador concluiu enfatizando que, antes de propor mudanças constitucionais, cada esfera de governo deveria cumprir suas responsabilidades atuais de forma efetiva.
(Publicado por Raphael Bueno, da CNN Brasil)