Castro à CNN: o maior problema da segurança pública é o tráfico de armas
Governador do Rio de Janeiro afirma que maior problema da segurança pública é o fluxo ilegal de armamentos e critica falta de monitoramento em países vizinhos
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, em entrevista ao CNN 360° (segunda a sexta, 15h), destacou que o maior desafio da segurança pública no estado é o tráfico de armas. Castro cobrou uma postura mais assertiva do Itamaraty em relação aos países vizinhos que participam das rotas de tráfico.
Segundo o governador, as armas entram livremente no Brasil, contrariando um pacto da ONU que determina que países produtores devem monitorar esses armamentos. Castro afirmou: “É sabido por todos que essas armas, quando chegam em alguns países da América do Sul, perdem esse monitoramento, sobretudo o Paraguai”.
Rotas do tráfico e responsabilidades compartilhadas
Castro identificou dois grandes corredores de entrada de armas no país: um via Mato Grosso do Sul, Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro, e outro partindo da Colômbia. Ele criticou a falta de um efetivo controle de fronteiras pelo governo federal, argumentando que “o Brasil não endereça a fronteira. Aí fica entrando a arma à vontade aqui e a culpa é do Estado”.
O governador também abordou o problema das milícias, ressaltando que suas principais atividades econômicas, como transporte alternativo e ocupação irregular do solo, são responsabilidades municipais. “Não adianta os outros entes ficarem lavando as mãos e botando a culpa toda no Estado”, declarou Castro.
Necessidade de ações integradas
Castro enfatizou a importância de um trabalho sério de bloqueio de fronteiras e combate à lavagem de dinheiro. Ele alertou que o dinheiro do tráfico e das milícias está sendo lavado através de empresas de fachada, passando pelo sistema financeiro nacional.
Ao comentar sobre a possível PEC da Segurança Pública, o governador afirmou que, mais do que uma mudança constitucional, é necessário que cada ente federativo assuma suas responsabilidades. “Nós dizemos que mais que uma PEC para pegar a responsabilidade do Estado, cada ente tem que assumir a sua responsabilidade”, concluiu Castro.
(Publicado por Raphael Bueno, da CNN Brasil)