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    Caso Siafi: Governo estima desvios de R$ 3,5 milhões e 200 tentativas de pagamentos ilegais

    No governo, a desconfiança é que a invasão tenha sido feita por uma técnica chamada "phishing"

    Apuração até agora aponta que ao menos 16 senhas de servidores foram utilizadas indevidamente
    Apuração até agora aponta que ao menos 16 senhas de servidores foram utilizadas indevidamente 26/12/2023REUTERS/Ueslei Marcelino

    Jussara SoaresLarissa RodriguesGabriela Pradoda CNN

    Brasília

    O governo federal estima que a invasão ao Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) pode ter causado um prejuízo de cerca de R$ 3,5 milhões a partir de operações irregulares de pagamentos.

    A apuração até agora aponta que ao menos 16 senhas de servidores foram utilizadas indevidamente para acesso à plataforma de pagamentos do governo. Além disso, já foram identificados mais de 200 credores alvos de tentativa de pagamentos indevidos.

    Segundo a CNN apurou, não há a confirmação de que os invasores tiveram êxito em todas as tentativas. Parte das operações irregulares teriam sido barradas antes de efetivadas.

    As invasões começaram a ser identificadas a partir do dia 5 de abril e há cerca de 15 dias a Polícia Federal abriu inquérito para apurar o caso. 

    No governo, a desconfiança é que a invasão tenha sido feita por uma técnica chamada “phishing”, quando um usuário clica em link sem saber que será alvo de roubo de informações.

    Para fazer a operação de pagamento, são necessários três servidores com acesso ao Siaf. Um responsável pelo pedido, outro que faz uma autorização no meio do processo e ainda um último que dá aprovação final.

    A partir disso, integrantes do governo concluíram que em cada fraude houve a invasão de senhas de pelo menos três pessoas.

    Integrantes da administração federal afirmam que após a identificação das invasões, uma das medidas foi a exigência do certificado digital para liberação de pagamentos. A mudança trouxe uma “barreira” a mais contra as fraudes.

    Alertas de Segurança

    O Centro de Prevenção, Tratamento e Resposta a Incidentes Cibernéticos do Governo (CTIR Gov), subordinado ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI), emitiu um alerta na última sexta-feira (19) para o aumento dos casos de vazamento de credenciais do acesso a sistemas do governo.

    O CTIR Gov também recomendou aos órgãos federais redobrar os protocolos de segurança para ingressar nas plataformas.A advertência foi feita três dias antes da confirmação, nesta segunda (22), de que a Polícia Federal (PF) abriu um inquérito para apurar uma invasão ao Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) do governo federal.

    De acordo com informações preliminares, o ataque ocorreu justamente no sistema de autenticação. Com isso, os invasores conseguiram utilizar os dados de acesso de pessoas habilitadas a fazer as operações financeiras.

    É para evitar este tipo de vazamento de dados que o GSI emitiu o alerta para que os usuários passem a adotar, por exemplo, o Múltiplo Fator de Autenticação (MFA) para todos os processo de logins. Além disso, recomendou a utilização de Certificados Digitais de Governo para os processos de login com privilégios elevados.A combinação das duas barreiras, afirma o comunicado, garante proteções sucessivas ao acesso a sistemas críticos.

    “O Centro de Prevenção, Tratamento e Resposta a Incidentes Cibernéticos do Governo (CTIR Gov), colaborativamente com o Centro Integrado de Segurança Cibernética do Governo Digital (CISC Gov.Br), tem verificado a tendência de aumento do número de credenciais válidas comercializadas de modo ilícito, com o objetivo de possibilitar acesso indevido e, como consequência, permitir outras ações maliciosas como disseminação de phishing, malwares, movimentação lateral e ataques de maior proporção, como Ransomware, por exemplo”, diz o comunicado.

    Até março de 2024, o GSI por meio do Centro de Prevenção, Tratamento e Resposta a Incidente Cibernéticos de Governo (CTIR Gov) identificou 4.106 tentativas de mau uso de dados públicos. Foram apurados 2830 incidentes e 1276 vulnerabilidades em sistemas.

    A última atualização do sistema foi feita em 1º de abril, portanto, ainda não estão disponíveis os dados deste mês.

    O maior número de ocorrências registradas, até agora, é de vazamento de dados. Ao todo, foram 1.599 ocorrências.