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    Caso Marielle: Ronnie Lessa teria sido extorquido em R$ 1 milhão por policiais

    Informação pode abrir nova investigação dentro do caso Marielle Franco; delegado que participou do caso minimiza acusação

    Leandro Resendeda CNN , em São Paulo

    Em depoimento prestado à Justiça do Rio de Janeiro nesta terça-feira (11) e em sua delação premiada, o ex-policial militar Élcio Queiroz – que admitiu participação na morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) em 2018 – relatou que policiais da Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro teriam extorquido Ronnie Lessa, preso como autor do crime.

    Teria sido cobrado um valor em torno de R$ 1 milhão de Lessa, que também é ex-policial militar, para que ele não fosse investigado pelo crime.

    A cobrança teria partido de um policial civil conhecido como “Marquinhos”. De acordo com o Ministério Público, a informação pode abrir uma nova linha de investigação dentro da apuração sobre o caso Marielle.

    A CNN procurou a Polícia Civil e aguarda retorno.

    Em depoimento prestado ontem, Queiroz detalhou a participação do ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa – conhecido como Suel – na morte de Marielle e do motorista Anderson Gomes.

    Suel foi preso em julho deste ano após a delação de Queiroz vir à tona, no mais significativo avanço do caso Marielle nos últimos anos – e que se deu após a entrada da Polícia Federal (PF) na investigação.

    Élcio Queiroz acusou policiais civis de terem extorquido Lessa ao responder à pergunta da defesa de Suel sobre o porquê de, cinco anos depois do crime, ter decidido fechar uma delação premiada.

    O ex-PM afirmou não confiar na Polícia Civil que, segundo ele, “estava o tempo todo negociando com Ronnie”.

    Na sua resposta ele chegou a citar a morte do contraventor Haylton Escafura, ocorrida em 2017 dentro de um hotel de alto padrão na Barra da Tijuca, como exemplo de condutas equivocadas de policiais.

    “Eu confio na Polícia Federal (PF) e no Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado)”, afirmou Queiroz ao justificar em público a opção pela colaboração premiada pela primeira vez.

    Responsável pela primeira fase da investigação, o delegado Giniton Lages afirmou “não se surpreender” com uma acusação vinda de um miliciano. O policial citado por Queiroz estava na audiência de ontem, na 4ª Vara Criminal do Rio, mas seu depoimento não foi tomado a pedido do Ministério Público e com a anuência das defesas e dos assistentes de acusação que participaram do caso.

    Participantes da audiência relataram à CNN que o começo do julgamento do bombeiro Suel ficou marcado pelo depoimento enfático de Élcio Queiroz sobre o que consta em sua delação premiada. Na opinião dos ouvidos pela reportagem, está descartada qualquer hipótese de que a delação tenha sido feita sob coação e a fala do ex-PM “não deixou buracos”.

    Veja também: Investigação sobre mandante da morte de Marielle passa a tramitar no STJ

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