Caso Marielle: advogado de Ronnie Lessa diz ao STF que não consegue contato com réu
Defesa de PM reformado fez petição ao ministro Alexandre de Moraes para conversar com cliente antes das audiências
A defesa do policial militar reformado Ronnie Lessa apresentou petição ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para que possa ter contato com o réu antes da audiência que será realizada na Corte sobre os assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
No documento, o advogado Saulo Carvalho diz que outros pedidos foram negados pelo desembargador Airton Vieira, juiz instrutor do gabinete de Moraes.
“Na última quarta-feira (14), após requerimento em audiência para obter conversa em sala reservada com o corréu colaborador premiado Ronnie Lessa, tal pleito foi indeferido sob o fundamento de que violaria a decisão de Vossa Excelência quanto ao monitoramento das comunicações entre advogado-cliente”, diz o ofício.
Ronnie Lessa deve ser ouvido na semana que vem no julgamento na Suprema Corte sobre a morte de Marielle e Anderson. O PM reformado é delator do caso e implicou os supostos mandantes, que estão sendo julgados.
Lessa confessou que matou a vereadora, e consequentemente o motorista, por dinheiro e a mando dos irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, que negam relação com o caso.
A defesa de Lessa argumenta que, conforme decisão de 16 de julho deste ano do próprio ministro Moraes, ele permaneceria com monitoramento de áudio e vídeo no parlatório do presídio e nas áreas comuns, inclusive sob o monitoramento das comunicações verbais e escritas, das celas e nos momentos de visitas de familiares e de atendimento advocatício.
O advogado alega então que está com “completa vedação de comunicação” com o cliente e pede o direito da defesa em comunicar-se com o corréu colaborador.
Não há prazo para o ministro decidir se libera o pedido da defesa.