Caso de Roberto Jefferson foi “fato muito ruim” para a campanha de Bolsonaro, diz professor
O cientista político Carlos Melo falou à CNN nesta segunda-feira (24) sobre o caso do ex-deputado e analisou quais as expectativas para o segundo turno
O ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) foi preso neste domingo (23) após atacar agentes da Polícia Federal (PF) com tiros de fuzil e granadas. Para o cientista político e professor do Insper Carlos Melo, após os atos de Jefferson, será uma “manobra muito trabalhosa” desvincular a imagem dele da do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Os agentes da PF foram até a residência dele para o cumprimento de uma ordem de prisão determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) após o ex-parlamentar desferir ofensas à ministra Carmén Lúcia, que atua no STF e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“Roberto Jefferson é presidente de honra de um partido da base, foi quem inventou o Padre Kelmon como candidato à presidência da república e serviu de linha auxiliar para o presidente no primeiro turno”, afirma Melo. Padre Kelmon também esteve na casa de Jefferson durante a operação.
“Há vínculos históricos ali, o Roberto Jefferson vocaliza uma grande parte das questões que Bolsonaro traz ao público; questão religiosa muito forte na voz dele. A questão das armas também, além da crítica ao STF, a crítica ao ministro Alexandre de Moraes de uma forma geral, então há uma proximidade muito grande.”
O professor cita que o caso do ex-deputado é um “fato muito ruim” para a campanha de Bolsonaro. Há um “impacto inicial parece grande… há um desgaste inevitável”, ressalta.