Carlos França vê “estranheza” em ter observadores da União Europeia nas eleições
Ministro das Relações Exteriores deu declaração em audiência na Câmara dos Deputados, nesta quarta (18)
O ministro das Relações Exteriores, Carlos França, afirmou nesta quarta (18) que é difícil ter observadores de uma organização da qual o Brasil não faz parte nas eleições, em referência à União Europeia.
“Vi com certa estranheza porque acho difícil que possamos ter como observador eleitoral no Brasil uma organização da qual nós não fazemos parte. Isso envolve, claro, a nossa participação. O segundo ponto é o fato de que a União Europeia não costumar desdobrar missões eleitorais para as eleições dos seus próprios membros,” disse França.
O ministro afirmou que emitiu uma nota de posicionamento ao Tribunal Superior Eleitoral sobre essa possibilidade. A declaração foi dada na Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados.
França destacou que tinha conhecimento do desejo do TSE no assunto e afirmou que havia outras organizações que poderiam participar também dessa observação eleitoral.
“Nesse momento, eu fiz uma ponderação e acho que foi acatada, porque há outras organizações também, por exemplo o próprio ParlaSul, eu vejo isso tudo com muita naturalidade. O Carter Center, por exemplo, faz um trabalho excelente”, disse, em referência à organização não governamental criada pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Jimmy Carter.
Carlos França pontuou ainda que uma aproximação com a União Europeia pode avançar, mas como o Brasil nunca fará parte como membro, essa decisão de não trazer os observadores não trouxe problemas.
“Eu não acho que nós tenhamos causado um problema com a União Europeia. Eu penso que eles entenderam. Podemos ter o acordo Mercosul-União Europeia, podemos, sim, trabalhar com a OEA e com outros organismos”, concluiu.
Nesta terça-feira (17), o ministro Edson Fachin, presidente do TSE, anunciou ter convidado para atuarem como observadores das eleições de outubro todos os organismos e centros especializados internacionais relevantes na matéria: a Organização dos Estados Americanos (OEA); o Parlamento do Mercosul; a Rede Eleitoral da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP); a União Interamericana de Organismos Eleitorais (UNIORE); o Centro Carter; a Fundação Internacional para Sistemas Eleitorais (IFES); e a Rede Mundial de Justiça Eleitoral.