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    Eleições 2022

    Candidatos investem em redes sociais para atrair jovens

    TikTok entrou na rota de campanhas políticas para as eleições deste ano

    Raquel Landimda CNN , em São Paulo

    Faltando pouco mais de quatro meses para as eleições, os pré-candidatos miram no engajamento das redes sociais para atrair o público jovem.

    O TikTok, o aplicativo mais baixado do mundo no primeiro trimestre do ano, entrou na rota das campanhas à Presidência da República.

    A rede social chinesa faz sucesso entre o público jovem e já tem 140 milhões de usuários no Brasil. Por lá, são publicados vídeos curtos, de até 60 segundos.

    A diretoria de análise de políticas públicas da Fundação Getulio Vargas (FGV) fez um mapeamento inédito do comportamento dos presidenciáveis no TikTok.

    Na ausência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que não tem perfil no aplicativo, Jair Bolsonaro (PL) lidera com folga em todas as métricas de engajamento.

    O candidato do Partido Liberal tem 1 milhão e 500 mil fãs, já fez 215 posts, que obtiveram mais de 12 milhões de interações.

    Ciro Gomes (PDT) foi o primeiro a entrar no aplicativo e também tem bom desempenho, embora muito inferior ao de Bolsonaro.

    O vídeo mais popular de Bolsonaro na rede conseguiu 1 milhão e 300 mil interações. Nele, um homem muito parecido com o presidente aparece dançando, enquanto a legenda da conta avisa: “não sou eu”.

    Bolsonaro, porém, tem fraco desempenho nas pesquisas de intenção de voto entre os eleitores mais jovens, que utilizam o TikTok.

    Segundo a última pesquisa Datafolha, Lula vence o atual presidente nesse eleitorado por 58% a 21%.

    “Popularidade digital não é necessariamente popularidade na vida real. Especialmente porque, na internet, a gente tem não só ruído, a gente tem, por exemplo, seguidores que não são reais; a gente tem plataformas que às vezes parece que tem muita gente ali, mas não tem tanto assim ou mesmo que a pessoa está só passando e viu, mas ela não se engajou mesmo”, explicou o diretor do InternetLab, Francisco Brito Cruz.

    “Então tem várias formas de medir, não dá pra confundir uma coisa com a outra. Agora, com certeza, se você constrói uma infraestrutura de distribuição do seu conteúdo digital você consegue chegar nas diferentes demografias, partes da população, que fazem uso intensivo dessas plataformas”, analisa Cruz.

    O TikTok vem ganhando espaço no Brasil, mas ainda está bem atrás de Whatsapp ou Instagram.

    A grande vantagem da plataforma são suas funcionalidades, que permitem alterar o final dos vídeos ou ainda fazer os populares desafios, em que as pessoas interagem com vídeos já gravados.

    Isso torna o TikTok uma ferramenta fundamental para políticos que querem viralizar.

    Uma das contas mais bem sucedidas nessa estratégia é a do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), filho do presidente.

    A pesquisa da FGV aponta que Carlos é responsável por metade das interações que vídeos do TikTok conseguem, por exemplo, no Twitter.

    Ele costuma compartilhar vídeos das realizações do governo do pai, momentos descontraídos de Bolsonaro com apoiadores e ainda vídeos salientando valores morais.

    O perfil chamado de “O cartunista tímido”, que apoia Ciro Gomes, também obtém bom desempenho com 36% das interações.

    “O presidente Bolsonaro consegue usar melhor as redes, historicamente, desde as eleições, porque, de fato, eles sempre entenderam que o processo político, no mundo contemporâneo – em que você opera em 24 por 7,ou seja, 24 horas e sete dias por semana, o debate público nas redes – você não tem esse intervalo entre eleições”, avaliou o diretor da Dapp/FGV, Marco Aurélio Ruediger.

    A pré-campanha de Lula informou que a criação de um perfil do TikTok está no planejamento.

    A equipe de Simone Tebet disse que tem utilizado o TikTok para alcançar eleitores que não conhecem a senadora.

    Ciro disse que é o pré-candidato que mais tem crescido nas redes, por apresentar propostas concretas para os problemas brasileiros.

    A pré-campanha de Jair Bolsonaro e o vereador Carlos Bolsonaro não responderam.

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