Candidatos a presidente falam sobre o refino de petróleo no Brasil
Estudo aponta que a necessidade de altos investimentos e os baixos retornos limitam o avanço do país no setor
Um estudo publicado no blog do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FGV) em agosto apontou que a necessidade de altos investimentos e os baixos retornos são os principais entraves para o avanço do refino de petróleo no Brasil. Para os autores, o Brasil precisa de competição privada para garantir efetividade no setor.
O refino é a área da indústria que transforma o petróleo bruto em seus derivados, como gasolina, diesel, querosene e lubrificantes. O país tem hoje 17 refinarias, das quais 13 são da Petrobras e respondem por 98% da produção.
As refinarias domésticas entregam por volta de 80% de tudo o que é consumido internamente. Os 20% restantes vêm de importações.
A CNN perguntou aos candidatos à Presidência da República o que eles pensam sobre o refino de petróleo no Brasil e a participação privada no setor.
Confira abaixo as respostas:
Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
O estudo citado tem inconsistências: mistura investimento em expansão da capacidade de refino com investimentos em expansão de dutos, compras de navios, em qualidade dos combustíveis e outros. O Brasil precisa reduzir a dependência da importação de derivados para diminuir, definitivamente, o preço dos combustíveis. O petróleo brasileiro é exportado cru e volta refinado para o país com preço mais alto, quem paga a conta é o consumidor.
O atual governo defendeu a abertura do setor como forma de atrair novos empreendimentos para o refino, mas na prática o que se viu foram investimentos apenas para comprar as refinarias já existentes da Petrobras. O investimento público é fundamental, mas o investimento privado é bem-vindo.
É preciso uma nova estratégia para ampliar a capacidade de refino nacional. Isso envolve: rever o fator de utilização do parque de refino, realizar upgrades nas refinarias existentes, concluir obras paradas. O investimento em nova refinaria pode ser considerado à luz de novas necessidades impulsionadas pela expansão do mercado interno.
Jair Bolsonaro (PL)
O candidato não respondeu até o momento da publicação.
Ciro Gomes (PDT)
O candidato não respondeu até o momento da publicação.
Simone Tebet (MDB)
A candidata não respondeu até o momento da publicação.
Felipe D’Avila (Novo)
O candidato não respondeu até o momento da publicação.
Soraya Thronicke (União Brasil)
A candidata não respondeu até o momento da publicação.
José Maria Eymael (DC)
Tem que se aumentar, imediatamente, o número de refinarias, inclusive privadas.
Leonardo Péricles (UP)
Os trabalhadores da Petrobras já demonstraram ao longo dos anos que não se faz necessário de forma alguma a entrega de setores da cadeia de produção de petróleo à iniciativa privada. A quebra do monopólio no governo neoliberal de FHC mostrou a natureza de aves de rapina dos especuladores do ramo. Nunca investiram no desenvolvimento e, além disso, contaram com o apoio dos governos anteriores, sendo presenteados com campos de exploração gigantescos nos criminosos leilões de petróleo da ANP e levando de bandeja redes inteiras de gasodutos que em seguida foram alugados para a Petrobras.
No governo Bolsonaro estamos vendo uma farra sem precedentes na destruição dessa cadeia de produção. São unidades entregues a preço de banana para famílias com pesado histórico de corrupção e alinhadas politicamente com Bolsonaro, como acontece no processo de venda da refinaria do Amazonas, a Reman, e da Lubnor, no Ceará, por exemplo. Na Bahia, o grupo árabe que comprou a RLAM por metade do seu valor de mercado aumentou os preços em tempo recorde e em seguida passou a vender a gasolina mais cara do país. Isso é o monopólio privado.
Já somos autossuficientes na produção de petróleo. Precisamos agora refinar tudo o que produzimos, sem atravessadores e sem especuladores lucrando bilhões às custas do suor do povo trabalhador. A decisão de não investir na construção de mais refinarias, como fizeram os governos anteriores ou de destruir as que temos, como faz o governo Bolsonaro, só prejudica a população.
Para que a dona de casa consiga comprar o botijão de gás a um preço justo precisamos de uma Petrobras integrada e voltada para os interesses dos trabalhadores. No meu governo vamos retomar tudo o que foi privatizado e barrar o processo do que está em privatização, da exploração do petróleo, passando pelo refino, gasodutos, fábricas de fertilizantes, biocombustível, termelétricas, até a distribuição de combustíveis.
Pablo Marçal (Pros)
O candidato não respondeu até o momento da publicação.
Sofia Manzano (PCB)
A candidata não respondeu até o momento da publicação.
Vera Lúcia (PSTU)
A candidata não respondeu até o momento da publicação.
Debate
As emissoras CNN e SBT, o jornal O Estado de S. Paulo, a revista Veja, o portal Terra e a rádio NovaBrasilFM formaram um pool para realizar o debate entre os candidatos à Presidência da República, que acontecerá no dia 24 de setembro.
O debate será transmitido ao vivo pela CNN na TV e por nossas plataformas digitais.
Fotos — Os candidatos e candidatas a presidente em 2022
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