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    Eleições 2022

    Candidatos a presidente falam sobre a cobertura vacinal de crianças

    Números de doses aplicadas de vacinas como BCG, poliomielite e sarampo estão abaixo do ideal no Brasil

    Da CNN

    Um levantamento do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), divulgado em julho, mostrou que o Brasil está entre os dez países com o maior número de crianças que não receberam nenhuma dose da vacina tríplice bacteriana, que protege contra difteria, tétano e coqueluche.

    De acordo com o Ministério da Saúde, a cobertura vacinal de crianças menores de cinco anos contra a poliomielite no Brasil vem apresentando resultados abaixo da meta de 95% desde 2016.

    A cobertura de vacinação contra sarampo, caxumba e rubéola no Brasil caiu de 93,1% em 2019 para 71,49% em 2021. A BCG — vacina contra a tuberculose — teve o pior índice de aplicação no ano passado, com aproximadamente 68% das crianças vacinadas, sendo que o mínimo recomendado é 90%.

    Em 2019, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) retirou do Brasil o certificado de eliminação do sarampo, que havia entregue três anos antes. O motivo foi o surgimento de um caso endêmico da doença no Pará.

    A CNN perguntou aos candidatos à Presidência da República o que eles pensam sobre a cobertura vacinal de crianças e a realização de campanhas de vacinação.

    Confira abaixo as respostas:

    Luiz Inácio Lula da Silva (PT):

    Em um terceiro mandato do ex-presidente Lula, a saúde voltará a ser tratada como uma política pública central, como direito de todos os brasileiros e brasileiras e como um investimento estratégico para um Brasil soberano. O SUS é vida, é o bem comum do povo brasileiro. O SUS é a solidariedade entre as pessoas no grau mais essencial da ação do Estado. Pois o SUS acolhe, previne e cura. Por meio do SUS é que foi possível enfrentar a maior das tragédias sanitárias em um século.

    A pandemia da Covid-19 teria feito mais de 1 milhão de mortos no Brasil não fosse a ação dos profissionais e da estrutura do Sistema Único de Saúde (SUS), em que pesem todos os ataques a que ele foi submetido.

    Nesse sentido, em nosso governo, reafirmaremos o compromisso com o fortalecimento do SUS público e universal, o aprimoramento da sua gestão, a valorização e formação de profissionais de saúde, a retomada de políticas estruturantes, bem como a reconstrução e fomento ao Complexo Econômico e Industrial da Saúde.

    Acreditamos na medicina baseada em evidências científicas. Por isso, é urgente a retomada do vigoroso Plano Nacional de Imunização (PNI) que tantas vidas salvou e que pode, ainda, salvar outras tantas, se caminharmos, de forma urgente, com a reorganização do PNI, controlando doenças evitáveis e suas consequências. Além disso, construiremos uma política de comunicação direta do Ministério com a sociedade, visando combater o negacionismo e as fake news, ampliando a consciência sanitária e o reconhecimento coletivo do SUS como patrimônio do povo brasileiro.

    Jair Bolsonaro (PL):

    O candidato não respondeu até o momento da publicação.

    Ciro Gomes (PDT):

    O candidato não respondeu até o momento da publicação.

    Simone Tebet (MDB):

    A candidata não respondeu até o momento da publicação.

    Vera Lúcia (PSTU):

    O Brasil já foi exemplo mundial na cobertura vacinal de nossas crianças. Precisamos reverter esse retrocesso.

    É necessária a retomada de um amplo programa de cobertura vacinal, acompanhado do fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), que leva a vacina a todas as nossas crianças, em todas as regiões do país.

    É preciso organizar uma grande campanha de conscientização sobre a importância das vacinas para salvar vidas, usando os grandes meios de comunicação de massa e a internet. Assim como envolver escolas, universidades, associações de bairros, sindicatos e diversas outras instituições nesse programa de conscientização. É preciso explicar didaticamente a importância das vacinas e combater com veemência as desinformações hoje espalhadas por grupos antivacina.

    Vacinas salvam vidas!

    Felipe d’Avila (Novo):

    Vacinamos nossas crianças há décadas e graças a isso erradicamos doenças como a poliomielite e a varíola. Precisamos enfrentar a onda de negacionismo e retomar as campanhas de conscientização. O exemplo vindo do governo federal nos últimos anos foi péssimo e vamos mudar de postura radicalmente para enfrentar a desinformação.

    José Maria Eymael (DC):

    O candidato não respondeu até o momento da publicação.

    Leonardo Péricles (UP):

    O candidato não respondeu até o momento da publicação.

    Pablo Marçal (Pros):

    O candidato não respondeu até o momento da publicação.

    Roberto Jefferson (PTB):

    O candidato não respondeu até o momento da publicação.

    Sofia Manzano (PCB):

    A queda da cobertura vacinal infantil e o risco do retorno de doenças que já estavam controladas ou mesmo erradicadas no país é uma realidade no Brasil que pode ter consequências ainda mais graves se não for revertida considerando o alto grau de vulnerabilidade e insegurança alimentar que fragiliza milhares de trabalhadores e trabalhadoras no Brasil e afeta, também, as crianças.

    Apesar de o Brasil contar com um dos melhores programas de imunização do mundo e das desigualdades regionais em relação ao acesso às vacinas nas diferentes regiões do país e entre as classes sociais, em nível nacional os sucessivos cortes na Atenção Primária à Saúde, com especial atenção para o retrocesso realizado com a revisão da Política Nacional de Atenção Básica, as políticas de austeridade fiscal e a emenda constitucional 95, precarizam o Sistema Único de Saúde, reduzem equipes territorializadas da Estratégia Saúde da Família e dificultam a realização de um trabalho educativo de promoção da saúde e de prevenção de doenças que as equipes de atenção primária teriam condições de potencializar caso estivessem completas e com melhores condições de trabalho.

    Este quadro nacional é agravado devido, também, à ausência de percepção de risco para doenças que trazem consequências graves – como a poliomielite, o sarampo, coqueluche, meningite, entre outras doenças, que graças ao SUS, à ciência e à vacinação hoje são controladas, eliminadas, até erradicadas.

    Com um governo federal que produz fake news em massa e desacredita a ciência, temos além do desfinanciamento do SUS um quadro ainda mais grave de desestímulo à vacinação e desinformação sobre a importância das vacinas para prevenção destas e de outras doenças para a manutenção da saúde e vida das crianças.

    Estes diversos fatores reforçam a necessidade de investimento estrutural no Sistema Único de Saúde, na atenção primária, e o desenvolvimento de estratégias de comunicação em saúde que minimizem a hesitação vacinal pautada na desinformação, medidas de ampliação do acesso à vacinação em unidades básicas de saúde e ações integradas às escolas e demais instituições por onde circulam as crianças em uma forte articulação do governo federal com os municípios e estados.

    Ademais, é necessário fortalecer as ações de comunicação de alcance nacional que esclareçam sobre os efeitos da vacina e a importância das mesmas, sem, no entanto, restringir a atuação do governo federal às campanhas nacionais, uma vez que há causas multifatoriais relacionadas à determinação social do processo de saúde e doença, como a dificuldade de acesso, a formação dos trabalhadores da saúde e o receio que vacinas novas podem produzir na população quando acompanhadas do negacionismo tão presente na atual conjuntura.

    Assim, entendemos que as campanhas de vacinação são historicamente necessárias para contribuir com o acesso à informação sobre a necessidade da vacinação junto à população, no entanto, não podem se limitar à responsabilização dos indivíduos por este acesso, precisam ser realizadas, mas acompanhadas de investimento estrutural nas unidades básicas de saúde, de ampliação do acesso nas diferentes e desiguais regiões do país, de investimento em formação profissionalizante dos trabalhadores do setor saúde, de articulação intersetorial e de várias formas de comunicação que enfrentem e abordem a necessidade da imunização das crianças no que se refere à dimensão coletiva da vacinação.

    Soraya Thronicke (União Brasil):

    Se o Brasil está entre as dez maiores economias do mundo, algo de muito errado não está certo em nosso país em vários segmentos, incluindo a saúde e seu esquema de vacinação. A falta de gestão no ministério responsável por essa demanda é uma das responsáveis por esta catástrofe.

    A poliomielite, por exemplo, já estava erradicada no oaís desde o fim da década de 1980. Tanto que, em 1994, o Brasil chegou a receber da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) o certificado de eliminação da transmissão do vírus causador da enfermidade. É incompreensível a doença voltar a vitimar em pleno 2022.

    A pandemia de Covid-19 deu mostras significativas de que para o atual governo federal, a imunização não é prioridade. O assunto não é tratado com a seriedade que merece. Uma vez eleita presidente do Brasil, vou reavaliar todo o esquema vacinal e cobrar por avanço e eficácia. Isso é urgente, urgentíssimo. Chega de o Brasil ficar dando passo para trás. Chega de retrocesso.

    Debate

    As emissoras CNN e SBT, o jornal O Estado de S. Paulo, a revista Veja, o portal Terra e a rádio NovaBrasilFM formaram um pool para realizar o debate entre os candidatos à Presidência da República, que acontecerá no dia 24 de setembro.

    O debate será transmitido ao vivo pela CNN na TV e por nossas plataformas digitais.

    Fotos — Os candidatos a presidente em 2022

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