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    Eleições 2022

    Candidatos à Presidência tentam aumentar rejeição do adversário, diz cientista político

    Para Eduardo Grin, professor da FGV, campanhas eleitorais se constroem mais pela narrativa do que por programas de governo

    Carolina Cerqueirada CNN

    No segundo turno da campanha de disputa pela Presidência, os candidatos estão focados em desconstruir a imagem do adversário e aumentar a rejeição dele frente aos eleitores. É o que apontou o cientista político e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Eduardo Grin.

    “No que a gente observa, acaba sendo uma campanha muito mais marcada pela desconstrução do adversário no sentido de aumentar a sua rejeição. Ela é alta, nesse caso, para o presidente Bolsonaro, segue na casa dos 50% nesse segundo turno, mas ela também não é tão baixa para Lula, alcançando cerca de 40%”, disse Grin em entrevista à CNN neste sábado (8).

    O cientista político colocou ainda que, dessa forma, as propostas acabam ficando em segundo plano. “Uma campanha eleitoral se conquista mais pelas narrativas do que propriamente pelo programa que seja tão detalhado. Isso porque, de fato, a sociedade não vai prestar atenção nos detalhes dos programas”.

    Para Grin, as principais narrativas do atual presidente Jair Bolsonaro (PL) são “apresentar-se como defensor da família, dos valores cristão, e, em tese, da liberdade econômica, além de instilar medo na população quanto a volta do PT, com associação ao comunismo, a ditaduras na América Latina e perseguição a cristãos”.

    No caso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a grande narrativa “é de que precisamos manter a democracia, voltar a ter estabilidade no Brasil, de que o povo precisa voltar a comer e voltar a ter poder de consumo”, apontou o professor da FGV.

    Quanto a aumentar a rejeição do adversário, segundo Grin, o caminho será mais longo para Jair Bolsonaro. “O trabalho de Jair Bolsonaro é maior porque ele precisa retirar votos do ex-presidente e só fará isso se conseguir aumentar a rejeição do ex-presidente Lula”, disse.

    No primeiro turno, Lula teve 48, 43% dos votos válidos. Bolsonaro, por sua vez, ficou com 43,20%.

    *Colaborou Vinicius Tadeu, da CNN

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