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    Eleições 2022

    Campanhas de Lula e Bolsonaro buscam pontos de desgaste para atingir rival

    Estratégia tem o objetivo de aumentar a rejeição entre indecisos

    Mathias Broteroda CNN , em São Paulo

    A menos de duas semanas do segundo turno das eleições, há uma estratégia comum entre as campanhas de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL): tentar atingir o oponente com os temas mais sensíveis a cada candidato para atrair votos de quem se absteve no primeiro turno.

    Em uma disputa já consolidada há vários meses, ampliar pontos de desgaste do rival pode ser a chave para uma vitória.

    “As candidaturas têm que apostar no convencimento desses eleitores que votaram em um dos dois candidatos e por ventura possam considerar, em função desses debates e da campanha, alterar sua preferência de voto”, explica o cientista político e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Carlos Pereira.

    A ofensiva de Lula tem focado em marcas negativas que colaram em Bolsonaro, como o atraso do governo para a compra de vacinas contra a Covid-19 e a falta de investimentos em educação. A campanha também buscou explorar a recente declaração de Bolsonaro sobre adolescentes venezuelanas.

    Em entrevista a um podcast, o presidente usou a expressão “pintou um clima” para falar sobre as jovens e insinuou que, na casa onde estavam, havia meninas que buscavam “ganhar a vida”. A equipe de Bolsonaro atua desde então para conter os danos após o vídeo viralizar. A campanha de Lula chegou a reproduzir o trecho, mas precisou retirar a inserção após decisão do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes.

    Os ataques entre Lula e Bolsonaro acontecem não só nos debates e nos discursos. A Justiça Eleitoral se tornou campo de batalha entre as campanhas dos presidenciáveis, que cobram celeridade nas decisões do TSE. Nesta segunda-feira (17), por exemplo, o tribunal suspendeu uma peça de campanha do PT que usava falas de Bolsonaro consideradas distorcidas.

    Também nesta segunda, advogados ligados ao ex-presidente Lula se reuniram com o ministro Alexandre de Moraes para pedir agilidade no julgamento de ações contra o que seria abuso de poder econômico e religioso, além da veiculação de propagandas falsas por parte da campanha de Bolsonaro.

    Do lado do presidente Jair Bolsonaro, o foco é acusar Lula de ter feito parte de esquemas de corrupção. A ofensiva ganhou força após o retorno de uma figura que já passou de superministro para dissidente e agora volta à base aliada de Bolsonaro: Sergio Moro (União Brasil) Nos bastidores, a campanha de Bolsonaro não descarta a inclusão de outro personagem que teve papel protagonista na operação lava-jato: o ex-procurador Deltan Dallagnol (União Brasil).

    “Obviamente, que vão ter eleitores que vão sinalizar que o senador agora eleito Sergio Moro foi julgado parcial pela Suprema Corte, que as suas decisões foram anuladas. Mas, independente disso, ele simboliza a luta contra a corrupção. Então, de fato, nessa reta final de campanha ter o Sergio Moro ao seu lado é positivo para a candidatura de Bolsonaro”, continua Carlos Pereira.

    A campanha de Bolsonaro também aposta na participação da primeira-dama Michelle Bolsonaro e de Damares Alves, ex-ministra, em reuniões e viagens para fortalecer a imagem do presidente entre as mulheres. O presidente tem um alto índice de rejeição entre o público feminino. Na semana passada, as duas tiveram uma intensa agenda de viagens pelo Nordeste, e nesta semana, a primeira-dama deve fazer campanha em São Paulo.

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