Campanha de Massa vê “voto castigo” e crise de combustíveis entre causas da derrota para Milei
Para os marqueteiros brasileiros que integraram o time do candidato derrotado, a transferência de votos entre Patricia Bullrich e Milei, além da crise de abastecimento de combustíveis, contribuíram para o resultado das eleições
A equipe do candidato derrotado à Presidência da Argentina e ministro da Economia, Sergio Massa, avalia que pelo menos dois motivos que foram importantes para a derrota do peronista nas urnas, no segundo turno, no domingo (19).
Para os marqueteiros brasileiros que integraram o time de Massa, o ex-presidente argentino Mauricio Macri “normalizou” o discurso extremista de Milei. Macri apoiava a candidata Patricia Bullrich, terceira colocada no pleito, e declarou voto no presidente eleito durante a campanha do segundo turno.
Além da transferência de votos entre Bullrich e Milei, os marqueteiros apontam a crise de abastecimento de combustíveis, no fim do mês de outubro, durante a campanha, como um fator que colaborou com o “voto castigo”, já que a crise está relacionada com o ministro da Economia.
As pesquisas internas da campanha de Massa, na reta final, indicavam que Milei tinha vantagem de diferença de quatro pontos. Para a virada, os marqueteiros tinham expectativa de uma “mobilização maior do peronismo”. O resultado consolidou uma diferença de 11,4 pontos percentuais para o candidato eleito.
Apesar da derrota, a campanha sempre ressaltou que uma vitória seria “muito difícil”.
Brasileiros na campanha
Desde setembro, os marqueteiros brasileiros Otávio Antunes, Raul Rabelo e Halley Arrais foram escalados pelo candidato do presidente Alberto Fernández. Eles são ligados ao PT.
Otávio Antunes fez a campanha para o governo de São Paulo do atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em 2022, além das campanhas de Gustavo Petró, na Colômbia, e de Efraín Alegre, candidato derrotado no Paraguai.
Raul Rabelo esteve na campanha de Lula no ano passado. Halley Arrais trabalhou com o candidato Edegar Pretto na disputa pelo governo do Rio Grande do Sul.