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    Camilo Santana evita polêmica sobre Enem e PT pressiona contra anulação de perguntas que irritaram o agronegócio

    Em caráter reservado, outros petistas dizem que a questão trata de uma interpretação de texto e não tem problemas técnicos, mas admitem que faltou pluralidade na definição dos autores que seriam avaliados

    Pedro Venceslauda CNN

    Enquanto o ministro da Educação, Camilo Santana (PT), evita entrar na polêmica sobre as três questões do Enem 2023 que são alvo de críticas pela Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), o PT saiu em defesa da prova e contra a anulação de perguntas.

    “O MEC deve respeitar a formulação feita pelos professores. O posicionamento da FPA é político”, disse à CNN a deputada Ana Pimentel (MG), vice-presidente da Comissão de Educação da Câmara e uma das principais referências do partido no setor.

    Em caráter reservado, outros petistas dizem que a questão trata de uma interpretação de texto e não tem problemas técnicos, mas admitem que faltou pluralidade na definição dos autores que seriam avaliados.

    Mesmo assim, há consenso no PT de que o MEC deve resistir à pressão da FPA apesar do risco de uma retaliação em outras votações no Congresso.

    A FPA, que reúne parlamentares ligados ao agronegócio, pediu a anulação de trechos por entender a presença de “cunho ideológico”.

    A pergunta que mais chamou a atenção é a de número 89, que trata da atuação do agronegócio no Cerrado.

    O texto traz fatores negativos do setor, como a “violência simbólica, a superexploração, as chuvas de veneno e a violência contra a pessoa”.

    As cinco alternativas disponíveis para resposta contêm outros elementos negativos que estariam relacionados com o agro.

    Responsável pelo Enem, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) tem a prerrogativa de anular questões que sejam consideradas tecnicamente erradas e isso não traria impactos ao exame.

    A anulação já ocorreu em outras circunstâncias e ainda pode acontecer até o próximo dia 24, quando será divulgado o gabarito oficial.

    Procurado, o ministro Camilo Santana enviou a nota do Finep, que sinaliza que não vai haver mudanças.

    “As questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) são elaboradas por professores independentes, selecionados por meio de edital de chamada pública para colaboradores do Banco Nacional de Itens (BNI). O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) não interfere nas ações dos colaboradores selecionados para compor o Banco. O processo envolve as etapas de elaboração e revisão pedagógica dos itens, além de validação pelo trabalho de uma comissão assessora. Os itens selecionados para a edição de 2023 passaram pelo fluxo estabelecido nas normativas do BNI”.