Caiado: Governo não precisa de MP e ‘indiscutivelmente’ vai requisitar vacinas
Governador de Goiás afirmou que a União deve reunir todas as vacinas disponíveis e definir como será a distribuição
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), voltou a defender na noite desta sexta-feira (11), em entrevista à CNN, a requisição administrativa de todas as vacinas que sejam aprovadas para uso no Brasil, incluindo as produzidas ou adquiridas pelos estados.
Caiado foi questionado sobre a informação apurada pela CNN, de que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) segura a assinatura de uma medida provisória (MP) que regule a vacinação no país.
A medida poderia prever que apenas o governo federal conduza a imunização contra a Covid-19, mas para o governador essa requisição pode e deve ser feita independentemente de uma nova regra legal.
“Todas as vacinas indiscutivelmente requisitadas pelo governo federal e distribuídas igualitariamente a todos os estados da federação. Já é prerrogativa dele, isso é inerente ao cargo de ministro da Saúde”, afirmou o governador, entrevistado pelos âncoras da CNN Monalisa Perrone e Caio Junqueira.
Assista e leia também:
Bolsonaro segura edição de MP sobre vacinação
Planalto pressionou Pazuello a mudar estratégia da vacina em reunião na segunda
Gabbardo chama requisição de vacinas a estados e municipios de ‘factoide’
A requisição administrativa é a medida que o governo utiliza para “desapropriar” um item e, em troca de uma indenização, poder tomá-lo para seu uso próprio. A possibilidade foi colocada no horizonte diante do início da produção da Coronavac, a vacina da chinesa Sinovac contra a Covid-19 testada em São Paulo e com a qual o governo federal não tem acordo de produção.
Caiado criticou o governador paulista João Doria (PSDB) e afirmou que o estado de São Paulo não pode adotar um programa próprio de vacinação.
“Doria quer dividir o Brasil rico, que pode comprar e pode vacinar do Brasil pobre, que não é base eleitoral dele e não pode vacinar”, criticou o governador de Goiás.
“É a União quem distribui em todo o Brasil, de acordo com os grupos de risco”, defendeu. “A Constituição brasileira não autoriza que nem a União nem os estados discriminem as pessoas”, prosseguiu Caiado.