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    Cadeiras do STF danificadas por criminosos foram projetadas por sobrevivente do Holocausto

    Imagem que circula nas redes sociais mostra o brasão da República apoiado em cima de uma das cadeiras dos ministros do STF do lado de fora do prédio após ataque aos Três Poderes no domingo (8)

    Jorge se especializou no design de móveis
    Jorge se especializou no design de móveis Museu do Holocausto/Divulgação

    Carolina Figueiredoda CNN

    em São Paulo

    Os atos criminosos que culminaram em vandalismo no domingo (8) deixaram um rastro de destruição nas sedes do Supremo Tribunal Federal (STF), do Palácio do Planalto e do Congresso Nacional.

    Uma imagem que circula nas redes sociais mostra o brasão da República apoiado em cima de uma das cadeiras dos ministros do STF do lado de fora do prédio.

    De acordo com o Museu do Holocausto, a poltrona foi projetada por Jerzy (Jorge) Zalszupin Z”L, um dos sobreviventes do Holocausto.

    Jorge nasceu em Varsóvia, na Polônia, em 1º de junho de 1922, em uma família judia integrada na sociedade polonesa. Ele era adolescente quando, em 1939, teve início a a 2ª Guerra Mundial.

    O Museu do Holocausto conta que diante do avanço nazista, a família decidiu deixar a Polônia e, de carro, atravessou a fronteira com a Romênia. Sobreviveram ao Holocausto em Bucareste, escondendo o fato de que eram judeus. No país, Jorge teve a oportunidade de estudar arquitetura.

    No pós-guerra, conheceu a obra de Oscar Niemeyer e decidiu vir para o Brasil em 1949. No país, obteve o contato do arquiteto Luciano Korngold, com quem trabalhou até abrir o próprio escritório.

    Jorge se especializou no design de móveis. Integrou o grupo que, a convite de Niemeyer, nos anos 1960, concebeu e produziu móveis para gabinetes e palácios na construção de Brasília.

    Entre suas obras mais conhecidas, estão as poltronas utilizadas pelos ministros do STF, depredadas por criminosos durante o ataque aos Três Poderes, no domingo (8).

    “Projetei o espaldar bem alto para transmitir sobriedade aos juízes que ali sentassem”, comentou à Folha de S.Paulo a respeito da Ambassador Versão 2. “E há outras mais. Boa parte dos móveis do Judiciário brasileiro leva minha assinatura”, finalizou.

    Ele faleceu em 17 de agosto de 2020, aos 98 anos de idade.

    (Publicado por Lucas Rocha)