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    Brasília amanhece com fuligem, caçambas reviradas e prédios vandalizados após tentativa de invasão à PF

    Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) realizaram atos de vandalismo na noite desta segunda-feira (12); houve tentativa de invasão a um prédio da Polícia Federal. Carros e ônibus foram incendiados.

    Fuligem no chão de rua de Brasília indica local onde veículo foi queimado durante atos de vandalismo na noite desta segunda-feira (12).
    Fuligem no chão de rua de Brasília indica local onde veículo foi queimado durante atos de vandalismo na noite desta segunda-feira (12). Pedro Nogueira/CNN

    Pedro Nogueirada CNN

    em Brasília

    A região central de Brasília amanheceu nesta terça-feira (13) com sinais dos atos de vandalismo promovidos por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), que tentaram invadir o edifício-sede da Polícia Federal na noite de segunda.

    A reportagem da CNN observou muita fuligem nas ruas por conta dos carros e ônibus que foram queimados pelos manifestantes.

    Contêineres, caçambas e árvores derrubadas também foram vistas na região do setor hoteleiro da capital federal.

    Algumas fachadas de prédios, inclusive hotéis, foram vandalizadas pelos apoiadores durante o protesto.

    Na noite de segunda (12), manifestantes tentaram atirar ônibus incendiado de viaduto em Brasília (12.dezembro.2022)
    Na noite de segunda (12), manifestantes tentaram atirar ônibus de viaduto em Brasília e o incendiaram (12.dezembro.2022) / Reprodução/CNN

    Apesar dos manifestantes terem tentado entrar na sede da PF, a situação no local está tranquila na manhã desta terça (13).

    A sede, que foi inaugurada há poucos meses na Asa Norte de Brasília, não tem sinais de vandalismo e a segurança no prédio é realizada costumeiramente.

    No estacionamento da sede, é possível ver alguns sinais dos protestos, como cápsulas de balas de borracha e bombas de efeito moral, que foram utilizadas pelas autoridades para conter os atos.

    Muitas vias no entorno da região central do Plano Piloto estão fechadas. A Esplanada dos Ministérios segue fechada na altura da rodoviária e algumas vias de acesso ao setor hoteleiro têm interrupções no trânsito.

    Não há informações, até o momento, sobre a prisão de manifestantes que participaram dos atos. Ontem, o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Júlio Danilo, disse que “quem cometeu crime será responsabilizado”. 

    Brasília tem tumulto e ônibus queimados

    Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) realizaram atos de vandalismo na noite desta segunda-feira (12) em Brasília. Houve tentativa de invasão da sede da Polícia Federal. Carros e ônibus foram incendiados.

    Para conter os manifestantes, agentes da Polícia Federal usaram bombas de efeito moral e gás pimenta. Segundo o Corpo de Bombeiros, não houve registro de feridos até o início da madrugada desta terça (13).

    Em nota, a Polícia Militar do Distrito Federal afirmou que o protesto teve início após o cumprimento de um mandado de prisão temporária contra o cacique José Acácio Serere Xavante. A detenção ocorreu pela suposta prática de condutas ilícitas em atos antidemocráticos pelo prazo de dez dias.

    Segundo a PF, Xavante teria realizado manifestações de cunho antidemocrático em diversos locais de Brasília, notadamente em frente ao Congresso Nacional, no Aeroporto Internacional de Brasília (onde invadiram a área de embarque), no centro de compras Park Shopping, na Esplanada dos Ministérios (por ocasião da cerimônia de troca da bandeira nacional e em outros momentos).

    Ao pedir a prisão temporária, a PGR disse que ele vem se utilizando da sua posição de cacique do Povo Xavante para arregimentar indígenas e não indígenas para cometer crimes, mediante a ameaça de agressão e perseguição de Lula e dos ministros do STF Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso.

    Em um vídeo enviado a jornalistas, Xavante pede aos manifestantes que não se envolvam em “briga ou confronto”.

    “Meus amigos, irmãos, povo brasileiro, cacique e líderes. Estou bem, graças a Deus, e estou em paz. Quero pedir: como eu tenho amado os senhores, se os senhores me amam também, me consideram, eu quero pedir para que os senhores não venham fazer conflito, briga ou confronto com a autoridade policial e venham viver em paz. E não pode continuar o que aconteceu, infelizmente, essa destruição dos carros, ataque à sede da PF”, diz.

    O secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Júlio Danilo, declarou que a ordem já foi reestabelecida. 

    “O Governo do Distrito Federal vem trabalhando integrado com os órgãos federais e com a equipe de transição na sua missão de garantir a segurança dos cidadãos, das autoridades e a ordem pública. Hoje ocorreu um fato, já para o final da tarde, a prisão de um manifestante com o cumprimento de um mandado de prisão que acabou desencadeando atos de vandalismo próximos ao prédio da Polícia Federal no centro de Brasília”, explicou Júlio Danilo.

    “Prontamente, a Polícia Militar e a Polícia Civil responderam a essas agressões no intuito de reestabelecer a ordem, como agora, nesse momento, já foi reestabelecido. A polícia está nas ruas, continuaremos nas ruas, como já foi dito pelo ministro. Os crimes que foram cometidos serão apurados e os responsáveis serão responsabilizados”, continuou.

    O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), afirmou que “a ordem é para prender os vândalos” e que todas as forças policiais do DF estão na rua, incluindo o Batalhão de Operações Especiais (Bope) e o Grupamento Tático Operacional (Gtop).

    Houve tiros de bala de borracha contra os manifestantes por parte de agentes da PF. Ao menos cinco ônibus foram incendiados.